Indicador do FGV IBRE aponta mercado de crédito mais restrito
Texto: Redação Revista Anamaco
Desde que a crise sanitária começou a impactar a economia brasileira, o Governo Federal anunciou algumas medidas econômicas para mitigar os seus efeitos como, por exemplo, estimular o crédito, principalmente para financiamento da folha de pagamentos e capital de giro. Apesar do esforço e da Taxa Selic a 3%, segundo pesquisa realizada entre empresários, o dinheiro não está chegando na ponta.
O Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito das Sondagens Empresariais (Comércio, Construção, Indústria de Transformação e Serviços), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), registrou perda de 31,8 pontos entre março e abril. Essa foi a maior queda mensal da série histórica, fazendo com que o indicador atingisse 56,8 pontos, o menor valor desde junho de 2016 (55,3 pontos) e apenas 3,1 pontos acima do mínimo da série em abril de 2016 (53,7 pontos).
O resultado minou a recuperação após a última recessão (2014-2016). Segundo Renata de Mello Franco, economista da entidade, responsável pelo levantamento, entre o vale da crise e o pico recente, o indicador havia acumulado alta de 41,6 pontos, alcançando 95,3 pontos, maior valor desde julho de 2014 (98,2 pontos). Essa aproximação do indicador ao nível da normalidade (100) deveu-se em grande medida à redução considerável da parcela de empresas que reportavam dificuldade para obter crédito.
A prévia de maio das sondagens empresariais mostra leve alta do índice. Porém, o crescimento de 3,3 pontos, para 60,1 pontos, não é suficiente para indicar maior facilidade de acesso ao crédito. A parcela de empesas afirmando que o acesso ao crédito está difícil passou de 35,1% em abril para 33,5% nesse período. Já a parcela de empresas afirmando que está fácil variou de 9,8% para 10,1%.
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