Indústria do cimento apresenta as diretrizes para o futuro do setor
Texto: Redação Revista Anamaco
O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) apresentaram, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Roadmap Tecnológico do Cimento, um documento que traça a ambição e as diretrizes para a indústria se tornar ainda mais eficiente e sustentável.
Na ocasião, estiveram presentes Teodomiro Diniz, presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg; Renato Teixeira Brandão, presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam); e executivos das principais empresas da construção civil, que debateram os caminhos para um futuro sustentável do setor.
O evento, realizado em 02 de outubro, também contou com um módulo sobre o coprocessamento, uma tecnologia evolutiva, presente na indústria desde 1990, de queima de resíduos industriais e passivos ambientais em fornos de cimento, substituindo a utilização de combustíveis fósseis não renováveis. Há cerca de três décadas no dia-a-dia do setor, a tecnologia conta com total garantia de saúde e segurança ao trabalhador.
A indústria desenvolveu o Roadmap em colaboração com a Agência Internacional de Energia (IEA), Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento (CSI) do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), International Finance Corporation (IFC) - membro do Banco Mundial - e um seleto grupo de acadêmicos de renomadas universidades e centros de pesquisa do país, sob a coordenação técnica do professor emérito e ex-ministro José Goldemberg.
O estudo propõe alternativas para reduzir, ainda mais, as baixas emissões de CO2 da indústria nacional de cimento. Mais do que isso, identifica barreiras e gargalos que limitam a adoção de políticas públicas, regulações, aspectos normativos, entre outros, capazes de potencializar a redução das emissões em curto, médio e longo prazo. “A indústria brasileira do cimento apresenta um dos menores índices de emissão de CO2 no mundo, por conta de ações que vêm sendo implementadas nas últimas décadas e queremos continuar liderando esse processo no futuro”, afirma Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC e da ABCP.
Segundo dados dessas entidades, enquanto a produção de cimento aumentou 273% entre 1990 e 2014 (de 26 para 71 milhões de toneladas), a curva da emissão de carbono cresceu 223% nesse intervalo, uma redução de 18% das emissões específicas (de 700 para 564 kg CO2 /t cimento). Por sua vez, o projeto vislumbra a possibilidade da indústria alcançar patamares da ordem de 375 kg CO2 /t cimento até 2050, uma redução de 33% com relação aos valores atuais.
O coprocessamento, além de ser um dos pilares previstos pelo Roadmap como uma das soluções para a redução na emissão de gases de efeito estufa, se apresenta como uma alternativa viável e acessível para a destinação de resíduos sólidos urbanos em cidades próximas da indústria.
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