Inflação, queda na renda e endividamento impactam venda do cimento
Texto: Redação Revista Anamaco
As vendas de cimento no Brasil no acumulado do ano continuam registrando alta, no entanto, a menor renda, proveniente do alto desemprego, o endividamento das famílias e a inflação em alta afetaram o resultado do setor em novembro.
No mês, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o volume de vendas totalizou 5,4 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2020. No acumulado de janeiro a novembro, os números também foram positivos, alcançando 60 milhões de toneladas, aumento de 7% comparado ao mesmo período do ano passado.
O estudo indica que o crescimento na variação acumulada no ano vem diminuindo a cada mês. Em abril, a alta era de 20,8%, ou seja, até novembro houve uma queda de 34% no acumulado do ano. O esgotamento da poupança e das reservas pessoais (daqueles que fizeram reformas) somadas às quedas dos índices de confiança do consumidor, do empresariado e o endividamento das famílias de baixa renda (perto de 60% da renda média anual) foram as causas desse resultado. “As fortes chuvas dos últimos meses e o fraco desempenho das lojas de material de construção também afetaram de modo significativo a indústria do cimento”, observa Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
O executivo observa que a confiança dos consumidores voltou a recuar em novembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), reflexo da pior percepção sobre a situação econômica. “A combinação de renda menor e inflação maior é maléfica para a população, que sofre com o endividamento, passando a focar suas despesas em bens essenciais como alimentação e vestuário, sobrando menos recursos para outras despesas como a construção ou reforma de casa”, pontua Penna.
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