Intenção de compras cresce
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 2,6% em junho, descontados os efeitos sazonais, mantendo a trajetória de crescimento. Pelo terceiro mês consecutivo, todos os indicadores avançaram nas comparações mensal e anual, o que aproximou a intenção de consumir da zona favorável (acima dos 100 pontos).
O estudo mostra que quatro dos sete indicadores já se encontram no quadrante positivo: satisfação com emprego e renda atuais e perspectiva profissional e de consumo. Na análise da entidade, a inflação corrente em queda tem deixado os consumidores mais dispostos a consumir, e o mercado de trabalho segue apontando alta das contratações, mesmo que em menor intensidade.
A pesquisa indica que, embora mais otimistas, o endividamento dos consumidores e os juros altos limitam a capacidade de consumo e os efeitos benéficos da maior renda disponível. O acesso ao crédito está pior na visão de 38,5% dos consumidores consultados, a maior proporção desde novembro de 2022.
Foi a perspectiva profissional o indicador que mais cresceu em junho (+4,9%), com o consumidor apontando maior segurança no emprego, especialmente o de menor renda. Além disso, o segundo semestre do ano tende a intensificar a atividade das empresas e concentra datas sazonais com contratações temporárias.
O levantamento também mostra maior satisfação com o emprego atual, reflexo da geração de vagas formais, principalmente pelo setor de serviços e construção civil, com contratações de pessoas com menor nível de escolaridade. O índice alcançou 122,3 pontos no mês, o maior nível desde março de 2015.
A intenção de compra de duráveis, por sua vez, avançou 6,5%, porém sobre a base de comparação baixa. O indicador mantém-se em nível muito reduzido (57,8 pontos), demonstrando que mesmo o consumidor mais animado para compras a prazo, com maior segurança no emprego, o crédito seleto e caro limita a aquisição desses produtos.
Na comparação anual, os indicadores associados ao consumo (nível de consumo, renda e perspectiva de consumo no curto prazo) apresentaram os maiores crescimentos.
O avanço na intenção de consumir em junho foi mais expressivo entre as pessoas com rendas média e baixa (3,1%), do que entre os consumidores de renda alta (2,2%). Na avaliação da CNC, a maior intenção de compra entre os entevistados com menos de 10 salários mínimos foi provocada pela melhor perspectiva profissional à frente, indicador que mais cresceu para o grupo. Além de mais seguros no emprego hoje, cerca de 52% desses consumidores de menor renda acreditam que terão melhores condições de trabalho nos próximos meses, maior proporção desde abril de 2015. Entre os consumidores de maior renda, a perspectiva profissional também avançou, mas em menor escala (2,8%).
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