Intenção de consumo das famílias atinge o menor nível da história, indica CNC - Revista Anamaco

Consumo

Intenção de consumo das famílias atinge o menor nível da história, indica CNC

Texto: Redação Revista Anamaco

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), acumulou a quarta retração mensal consecutiva em julho (-4%), atingindo o menor nível desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010 (66,1 pontos). No comparativo anual, o indicador também registrou o quarto recuo seguido (-26,4%). O índice está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde abril de 2015.
Na avaliação de José Roberto Tadros, presidente da CNC, assim como os comerciantes, os consumidores ainda sentem os efeitos da pandemia de coronavírus, que obrigou muitos estabelecimentos a fechar as portas. O executivo chama a atenção para a necessidade de medidas mais efetivas que deem fôlego tanto para as empresas como para os consumidores.
A pesquisa mostra que o acesso ao crédito registrou mais uma queda mensal (-5,2%) - a terceira consecutiva -, e apresentou recuo na base comparativa anual (-2,5%), o que não acontecia desde abril de 2017. O item fechou julho com 82,7 pontos, o menor patamar desde novembro de 2018.
Com relação aos níveis de consumo, 62,6% das famílias consideraram que consumiram menos em julho do que em igual período do ano passado, o que significa o maior percentual desde novembro de 2016. O indicador foi o que apresentou a maior queda mensal (-6,8%), atingindo 49,4 pontos, pior resultado também desde novembro de 2016. Na comparação com julho de 2019, a variação foi de -30,2%.
Segundo o estudo, os indicadores referentes ao mercado de trabalho seguem mostrando um cenário desfavorável. A parcela de brasileiros que se sentem menos seguros com o seu emprego renovou o recorde do mês passado (32,6%) e atingiu, em julho, o nível mais elevado da série (33,7%). O subíndice Emprego Atual registrou seu quarto resultado negativo seguido no comparativo mensal (-3,6%) e a maior retração da série na base comparativa anual (-26,2%), caindo, ainda, ao menor nível histórico (85,1 pontos).
O item Renda Atual seguiu a mesma tendência negativa. Com recuos mensal (-5,9%) - o quarto seguido - e anual (-26%), chegou a 78,9 pontos, o menor nível da série histórica. Pela primeira vez, desde setembro de 2017, a maioria das famílias considerou a renda pior do que no ano passado (40,7%, ante 37,9% em junho e 26% em julho de 2019).
Apesar dos resultados negativos, tanto Emprego Atual quanto Renda Atual amenizaram suas quedas em relação aos últimos meses.
A Perspectiva Profissional para o próximo semestre também atingiu o menor patamar da história (67,6 pontos), após quedas nas duas bases comparativas (mensal -2,9% e anual -33,8%). O total de brasileiros que demonstraram uma percepção negativa nesse sentido também bateu recorde em julho (61,4%, contra 60,1% em junho e 43,7% (em julho do ano passado).

Foto: Adobe Stock

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