Intenção de consumo das famílias cai em dezembro e tem pior ano da série histórica
Texto: Redação Revista Anamaco
Pelo segundo mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 0,8%, considerando o ajuste sazonal e alcançando 74,4 pontos em dezembro. Apesar de ter ficado abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o indicador, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou a maior pontuação desde maio de 2020 (81,7 pontos). Com esse resultado, o indicador encerrou 2021 com retração de 9,9% e uma média de 71,6 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em 2010. A redução, no entanto, foi menor do que a observada em 2020 (-15,9%).
Para José Roberto Tadros, presidente da CNC, os números reforçam a moderação das famílias em consumir. “O ano de 2020 apresentou grandes obstáculos para o consumo. Já 2021 foi marcado pela incerteza e consequências das medidas do ano anterior. Os consumidores enxergaram uma recuperação gradual e desaceleraram a cautela, mas ela permanece”, observa.
Nesse cenário, o item Acesso ao Crédito teve queda de 7,0% em 2021, enquanto no ano anterior a retração foi de apenas 0,1%. Segundo a economista responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, essa variação pode ser explicada pelo aumento da taxa Selic ao longo do ano passado.
A percepção em relação ao consumo futuro também se destacou negativamente, com 53,5% das famílias acreditando na redução, em comparação ao ano anterior. O componente Perspectiva de Consumo atingiu 69,9 pontos, seu menor patamar desde 2016.
Por outro lado, os principais destaques positivos foram os quesitos relacionados ao mercado de trabalho: Emprego Atual e Perspectiva Profissional, apresentando 89,3 e 83,3 pontos, respectivamente. Contudo, mesmo registrando os melhores indicadores, os itens também contaram com retrações (9,5% e 4,8%.
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