Consumo

Texto: Redação Revista Anamaco

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela  Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 80,2 pontos em junho, superando os resultados do mesmo mês nos dois anos anteriores. O indicador cresceu em todos os meses de 2022, apesar da inflação e dos juros mais altos.
De acordo com a pesquisa, isso pode ser atribuído às medidas de suporte à renda e à evolução positiva do mercado de trabalho. No primeiro semestre, o avanço na intenção de consumo foi de 10,1%. Na avaliação por renda, o índice das famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos tradicionalmente possui nível mais elevado, revelando maior poder de consumo. No entanto, a pesquisa indica que o aumento da intenção de consumo das famílias de menor renda foi mais intenso em 2022. Esse movimento, segundo o estudo, ratifica os efeitos dos programas de renda e da melhora do mercado de trabalho.
O levantamento indica que o mercado de trabalho continuou subsidiando o avanço no consumo: o indicador de Emprego Atual foi o único no qual as famílias se mostraram satisfeitas, com 107,4 pontos. O grau de segurança no emprego foi o mais alto desde abril de 2020.
Por outro lado, os desafios da elevação dos juros desaceleraram o crescimento do indicador de Acesso ao Crédito, que continua positivo, pois os recursos de terceiros têm sido importantes para sustentar o consumo. Mesmo assim, o resultado do primeiro semestre, queda de 2,7%, mostra que as famílias estão enfrentando maiores dificuldades para contratar crédito.
O indicador de Nível de Consumo Atual seguiu com tendência positiva pelo sexto mês consecutivo. Para o grupo com menor instrução, o consumo atual evoluiu mais em relação a junho do ano passado, pois grande parte das vagas de trabalho abertas nos últimos meses foi para profissões de menor qualificação. Porém, o indicador permanece abaixo do que o dos com maior escolaridade.
A pesquisa mostra que a perspectiva das famílias é que a evolução observada no mercado de trabalho permaneça no próximo semestre, com a Perspectiva Profissional tendo novamente o maior crescimento do mês (5,4%).
Mesmo com a desaceleração do consumo atual, os resultados positivos do emprego incentivaram o otimismo das famílias, tanto que a Perspectiva de Consumo para o próximo trimestre foi o índice com maior alta na primeira metade do ano (19,7%). Em junho, o percentual de famílias que pretendem aumentar o consumo avançou, pela primeira vez, para 25,6%, após quatro quedas.

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