Intenção de consumo estável
Texto: Redação Revista Anamaco
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ficou estável em setembro, descontados os efeitos sazonais, depois do crescimento sustentado desde janeiro do ano passado.
O estudo revela que o indicador se manteve, pelo segundo mês, acima dos 100 pontos do corte de indiferença, indicando satisfação dos consumidores. Porém, a intenção de compra parou de crescer, principalmente pela pior visão sobre o desempenho profissional no último trimestre do ano.
A expectativa de consumo nos próximos três meses e o momento para aquisição de bens duráveis, segundo o levantamento, destacaram-se com as maiores altas (0,5% e 1,9%, respectivamente). Por outro lado, a perspectiva profissional e o nível de consumo atual caíram (2% e 0,2%, respectivamente), resultando no equilíbrio da intenção de compra em setembro. No ano, todos os indicadores da pesquisa seguem apontando recuperação.
Com o movimento recente de queda dos juros e com as campanhas de renegociação de dívidas, mais consumidores apontam que deverão consumir mais à frente. Cerca de 40 em cada 100 afirmam que pretendem consumir mais nos próximos três meses, maior proporção desde março de 2015.
A pesquisa aponta, ainda, que do total de consumidores, 43% estão se sentindo mais seguros no emprego, maior volume desde janeiro de 2015. No entanto, a desaceleração no ritmo das contratações já leva os consumidores a olharem com cautela para o mercado de trabalho, nos próximos meses, e indicando certo ceticismo com o emprego no futuro.
O início do ciclo de redução dos juros impactou positivamente a percepção sobre o acesso ao crédito: cresceu a proporção de pessoas afirmando que está mais fácil obter crédito (29,3% do total) do que no mesmo período do ano passado.
A Intenção de consumo das famílias com renda de até 10 salários mínimos ficou imóvel na passagem de agosto para setembro (0%,), e diminuindo entre as famílias com maior renda (-0,3%). Com a proximidade das datas comemorativas mais relevantes do calendário do varejo, a propensão do consumidor de renda média e baixa para compras nos próximos meses avançou (+0,7%), mas caiu 1,3% entre os consumidores de renda alta. Ainda assim, o índice de expectativa de compra para o grupo de maior renda está em patamar mais alto do que entre os considerados mais pobres.
Esse consumidor com mais de 10 salários mínimos de renda aumentou o ceticismo em relação ao futuro no emprego, com o indicador de perspectiva profissional caindo 2,3% entre eles. Para as pessoas de menor renda, a expectativa profissional também piorou, em menor intensidade (-1,5%).
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