Intenção de consumo melhora - Revista Anamaco

Economia

Intenção de consumo melhora

Texto: Redação Revista Anamaco

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 0,5% em junho, descontados os efeitos sazonais, o que representa o terceiro resultado positivo consecutivo, mas o menos intenso do período. No mês, nenhum componente mostrou queda, sendo a menor taxa a de estabilidade. A intenção mais favorável dos consumidores também pode ser observada na análise anual (5,1%), com a continuação das variações anuais positivas.
Nessa base de comparação, a Perspectiva Profissional - ICF  apresentou queda de 2,3%, revelando que, apesar de a percepção atual sobre o emprego estar mais favorável (3,6%), os consumidores estão mais cautelosos do que ano passado em relação aos próximos resultados do mercado de trabalho.
A exceção na comparação mensal foi o Acesso ao Crédito - ICF, sem variação que, segundo o estudo, condiz com um momento desafiador no mercado de crédito, em que o consumidor precisa equilibrar seu alto endividamento com o controle da inadimplência. Neste mês, 31,4% dos consumidores consideraram mais fácil o acesso ao crédito, o mesmo percentual de maio. Enquanto houve aumento de 1,5 ponto percentual dentre os que consideraram o acesso mais difícil (37,8%), o maior percentual desde julho de 2023 (37,9%).
Num cenário de condições atuais do mercado de trabalho aquecidas  e acesso ao crédito mais seletivo, o Consumo atual - ICF teve uma aceleração maior do que a Perspectiva de Consumo - ICF tanto na análise mensal quanto na anual, reforçando a cautela do consumidor para o próximo semestre.
A Perspectiva de Consumo teve crescimento de 0,9% no mês e de 3,8% no ano, taxas menores do que as apresentadas em maio. Além disso, apenas 36,5% dos consumidores esperam aumentar seu consumo, a menor taxa desde janeiro de 2023 (36,4%), enquanto acelerou o percentual que pretende reduzir suas compras.
A pesquisa revela que a intenção de consumir em junho aumentou em ambas as faixas de renda analisadas, com maior intensidade nas famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos (+0,6%), enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos tiveram alta de 0,2%. Essa tendência permanece na visão dos próximos meses, tendo aumento de 0,5% na Perspectiva de Consumo - ICF das famílias com maior renda, contra 0,9% na percepção das famílias de menor renda.
O Acesso ao Crédito - ICF, por sua vez, seguiu caminhos diferentes entre as faixas de renda. As famílias consideradas mais ricas tiveram um aumento de 0,8% nesse indicador, por terem maior credibilidade nas instituições financeiras por causa da maior disposição de recursos, enquanto as com menor salário perceberam uma redução de 0,3%.
Com a crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul, o Estado apresentou queda de 23,3% na sua intenção de consumo em relação a junho do ano passado e de 3,4% referente ao mês anterior, a maior queda desde outubro de 2023.
Todos os indicadores apresentaram quedas mensal e anual, sendo a Perspectiva Profissional - ICF o maior destaque, seguida pelo Momento para Duráveis - ICF. Esse movimento é coerente com os trabalhos perdidos por conta dos estabelecimentos destruídos na enchente.
A percepção do Momento para Duráveis - ICF foi afetada por serem produtos com maior valor agregado, portanto não são prioridade em um momento que os bens essenciais estão escassos.

Foto: Adobe Stock

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