Intenção de consumo menor
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), índice calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), apresentou recuo de 4,8%, caindo de 138 pontos em março para 131,1 em abril.
Guilherme Dietze, assessor econômico da entidade, explica que apesar do consumidor paulista considerar o momento menos propício para o consumo, não o percebe como um mau momento. Isso porque, apesar dos sete itens que compõem o ICF terem registrado queda, nenhum deles marcou menos de 100 pontos em uma escala que vária de 0 a 200.
Segundo Dietze, o término do período com redução do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI) foi um dos fatores que impactou mais fortemente o resultado do indicador em abril. No mês, o item Momento para duráveis foi o mais influenciado pelo fim deste incentivo fiscal e, com queda de 10,1%, também o que apresentou maior recuo na comparação com o mês anterior.
Já o item Renda Atual foi mais pressionado por outro fator, a inflação no preço dos alimentos. Em março, este item marcava 159,6 pontos. Em abril, recuou 8% e atingiu 146,8 pontos. "Os gastos mais elevados com alimentação diminuíram o poder de compra dos paulistas, o que acabou prejudicando a percepção de renda atual", avalia o economista.
O resultado desses itens também prejudicou o nível de consumo atual, que apresentou retração de 3,6%, fechando o mês com o pior resultado do índice, 102,5 pontos. Já a perspectiva de consumo, que recuou 2,5% em relação ao mês anterior, marca 138,3 pontos e apresenta um dos melhores resultados do ICF.
O Acesso a Crédito apresentou queda de 2,4%, se posicionando como o item mais bem avaliado em abril, com 151,7 pontos. Os itens Emprego Atual e Perspectiva Profissional também encolheram, marcando 137,7 e 116 pontos, retração de 3,1% e 2,9%, respectivamente.