Intenção de consumo reduz novamente, mas de forma mais amena, indica pesquisa
Texto: Redação Revista Anamaco
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,1% em agosto, descontados os efeitos sazonais, o que representa o segundo resultado negativo consecutivo.
Essa redução também pode ser observada na análise anual, com taxas desacelerando desde maio. Apesar de ainda ter apresentado crescimento (+1,2%), foi a menor taxa desde junho de 2021. Mesmo com as reduções, o indicador alcançou 102,2 pontos, acima do nível de satisfação e o maior patamar desde maio deste ano.
No mês, o Emprego Atual voltou a crescer: 0,4%. Já a Perspectiva Profissional (-0,2%) recuou pelo segundo mês, mas em uma taxa menos intensa do que em julho.
O Acesso ao Crédito também teve crescimento no mês: 0,6%. Apesar de a Selic não ter sido reduzida nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), encontra-se em nível melhor do que antes, melhorando as condições de crédito.
O estudo indica que a intenção de consumir em agosto apresentou caminhos distintos entre as faixas de renda analisadas, com estabilidade da percepção das famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos tiveram queda de 0,2%. A tendência passa a ser similar na visão dos próximos meses, tendo redução de 0,7% na Perspectiva de Consumo das famílias com maior renda, contra recuo de 1,1% na percepção das famílias de menor renda.
Em relação à Perspectiva Profissional, o movimento também foi convergente, com aquelas com maior renda apresentando queda de 0,6% nesse item, mesma taxa que as consideradas mais pobres mostraram.
A maior diferença entre as rendas ocorreu no item de Acesso ao Crédito com as famílias com rendimento abaixo de 10 SM tendo um avanço de 0,7% no subindicador, enquanto aquelas com maior renda mostraram queda de 0,4%.
O levantamento mostra, ainda, que a crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul teve forte impacto na intenção de consumo do Estado, nos últimos meses. Depois de apresentar três quedas mensais consecutivas, em agosto o Estado apresentou crescimento de 2,6%. Apesar de ter permanecido a queda do Emprego Atual (-1,6%), a Perspectiva Profissional (+17,3%) foi o item de maior avanço, revelando as expectativas positivas dos consumidores em relação à recuperação do Estado. Com isso, a Perspectiva de Consumo voltou a aumentar (+0,2%), apesar de ser a menor taxa positiva da série histórica com ajuste.
A maioria dos indicadores apresentou recuperação mensal e queda anual, sendo a percepção da Renda Atual (+1,0%) o único destaque positivo na comparação com agosto de 2023 e a Perspectiva Profissional o item que mais foi impactado frente ao ano passado.
Foto: Adobe Stock