LafargeHolcim pode estar se preparando para encerrar operação no Brasil - Revista Anamaco

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LafargeHolcim pode estar se preparando para encerrar operação no Brasil

Texto: Redação Revista Anamaco

A manutenção das obras imobiliárias e a autoconstrução têm como reflexo a alta nas vendas de cimento no País. Dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) apontam que, entre março de 2021 e o mesmo mês de 2020, as vendas do produto cresceram 34,6%. Apesar dos números positivos, uma notícia publicada pela agência de notícias Bloomberg, em 20 de abril, pegou o mercado de surpresa: a LafargeHolcim estaria se preparando para deixar o Brasil.
Fonte ligada ao setor confirmou à jornalista Beth Bridi, em off, que a notícia é verdadeira e que a mesma causou certa perplexidade no segmento.  Aparentemente, ninguém sabe ainda como se dará essa saída e os reais motivos que levaram a companhia à esta decisão, neste momento. “Além de tudo, não deixa de ser uma péssima notícia para o Brasil”, afirmou.
Com dez plantas industriais localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Goiás, especula-se que os ativos do Grupo valem cerca de US$ 1,5 bilhão. Somam-se às plantas, Centros de Distribuição, Terminais de Mistura e unidades de mineração.
Ainda segundo informações da Bloomberg, o banco Itaú BBA será o responsável pelo desinvestimento, com a venda dos ativos locais a um comprador. Uma possível negociação - que estará sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - para uma indústria local, entretanto, pode não ser tão simples. Isso porque poderia configurar concentração de mercado. Dessa forma, a alternativa de venda para uma empresa “entrante” no País não está descartada.
Em entrevista ao jornal Diário do Comércio, representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais (Feticom-MG) mostraram-se bastante preocupados. João Luiz Aparecido Silva, diretor da Feticom-MG e presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Barroso - cidade em que o Grupo possui uma fábrica -, ressaltou que a preocupação com os funcionários é grande. “Não sabemos se a empresa será vendida para chineses, italianos ou mexicanos e nos preocupa o relacionamento que o novo controlador terá com os trabalhadores. Além disso, se daqui a seis meses ou um ano o Cade não autorizar a venda, o Grupo vai paralisar as operações e demitir todo mundo?”, questiona.
Posicionada entre os líderes do setor cimenteiro no País, a atuação da companhia, entretanto, não se restringe à produção de cimento. A Lafarge-Holcim é, também, proprietária da Disensa, Rede de franquias de material de construção. A equipe de Redação da Revista Anamaco entrou em contato com a assessoria de imprensa do Grupo para saber se a companhia também pretende se desfazer desse “braço” da organização no varejo, mas ainda não obteve resposta.
A venda e a intenção de encerrar as operações no País não foram confirmadas, tampouco desmentidas pelo Grupo, que  prefere, por enquanto, não se manifestar a respeito do assunto.

Foto: Reprodução da Internet

 

LafargeHolcim pode estar se preparando para encerrar operação no Brasil
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