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Texto: Redação Revista Anamaco

A seriedade da pandemia causada pelo Covid-19 tem colocado empresas de diversos segmentos em ação para minimizar os efeitos colaterais de uma situação inesperada e desconhecida dos brasileiros. E o varejo de material de construção não tem sido alheio ao problema.
A Leroy Merlin é uma das empresas que passou a disponibilizar suas capacidades para ajudar na proteção dos profissionais da área médica. Desde 30 de março, 12 impressoras digitais da empresa estão trabalhando, inicialmente, na fabricação de escudos faciais. Em breve, máscaras de acrílico e ventiladores mecânicos, utilizados por médicos, enfermeiros, pesquisadores, entre outros profissionais que estão na linha de frente de hospitais e centros médicos, também passarão a ser produzidos pela empresa. 
Em parceria com o Movimento Brasil contra o Vírus, idealizado pela engenheira biomédica Thabata Ganga, a empresa está disponibilizando instalações, equipamentos, matéria-prima e pessoal para a fabricação de produtos de primeira necessidade e alta demanda de hospitais para o atendimento aos pacientes infectados. 

                                                                                         
A ideia de Thabata surgiu depois de conversar com amigos sobre a situação na Itália, onde as impressoras estariam sendo utilizadas para a fabricação desses equipamentos que estão em falta no pais, colocando a vida dos profissionais em risco. A engenheira, que já trabalha em projetos com impressão 3D na área médica desde 2015, chamou amigos que também fazem uso dessas impressoras, para ajudarem na produção desses itens. “Para minha surpresa, em dois dias, mais de mil pessoas tinham se cadastrado, compartilhado”, conta. Hoje, mais de 300 voluntários em todo o País se dividem em três frentes: projeto e fabricação de EPIs e desenvolvimento de ventiladores mecânicos de baixo custo.
De acordo com o gerente de Inovação da Leroy Merlin, Rodrigo Spillere, a iniciativa partiu do conhecimento da mensagem que se difundiu pelo Twitter em favor de juntar esforços para a fabricação de EPI para a área médica, dada a elevada demanda atual. “Os equipamentos eram utilizados no Bricolab, oficina de bricolagem da empresa, e era o que precisava”, observa. 
A intenção é aumentar o número de impressoras em funcionamento no espaço para 30, por meio da rede criada por Thabata. “Dessa forma, conseguiremos produzir em escala”, conta Spillere. O processo foi rápido. Na semana passada, o assunto entrou em discussão entre as áreas de Inovação, Marketing, Sustentabilidade e Recursos Humanos, iniciou-se o projeto e a confecção dos moldes e agora a produção. 
A meta é que em três meses, 12 mil produtos tenham sido fabricados. Inicialmente, estão sendo feitos 24 escudos, mas o objetivo é chegar a 50 ao dia, mil unidades ao mês.
A distribuição será feita por meio do Movimento Brasil contra o Vírus, com aval do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Graac deverá ser o primeiro hospital beneficiado. Spillere destaca, ainda, que o objetivo é criar uma documentação para que o projeto possa ser replicado. “A empresa sempre busca forma de ajudar. Vimos que há uma demanda, por que não disponibilizar essa estrutura?”, afirma o gerente da Leroy Merlin. 
Para a distribuição dos produtos, o Movimento Brasil contra o Vírus está em contato com órgãos federais, como Ministério da Saúde e Casa Civil, que apoiaram a iniciativa, segundo Thabata. Uma plataforma está sendo desenvolvida para o cadastro dos hospitais, como forma de otimizar a fabricação e a entrega dos equipamentos conforme a demanda.  “O foco, agora, é a saúde, mas ainda termos de pensar em profissionais da segurança, do transporte público, entre outros, que podem se contaminar e disseminar o vírus”, alerta a engenheira. 
O movimento pode ser acessado por meio das redes sociais e ainda nesta semana deverá entrar no ar o site www.brasilcontraovirus.com.br .

Fotos: Divulgação