Logística reversa de latas de tinta
A palestra "Logística reversa das latas de tinta: e agora, lojistas? Como atender às exigências da lei, viabilizar a coleta e prestar um serviço ao cliente?", proferida por Thais Fagury, presidente Executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço, encerrou o primeiro dia do Núcleo de Conteúdo, Varejo, Atacado e Distribuidor By Grau 10 Editora. O tema, de grande importância não somente para o setor, foi um alerta sobre a necessidade de fazer uma destinação correta das embalagens. A urgência do tema tem fundamento. Todos os dias, 150 mil toneladas de lixo são produzidas no País.
Para tratar do tema e despertar a atenção dos lojistas - já que o varejo é a ponto de contato como consumidor final - a palestrante lembrou que a logística reversa faz parte da Política Nacional de Resíduos, em vigor desde 2010. Ela contou que, em 2012, houve um edital de chamamento para todos os setores apresentarem propostas para tratar do tema. "A política estabelece que todas as embalagens pós-consumo devem ter destinação adequada e não podem ser descartadas em aterros caso tenham viabilidade técnica ou econômica", frisou.
Segundo Thais, a responsabilidade em toda a cadeia deve ser compartilhada e isso envolve consumidores, lojistas e indústrias, sendo cada um o agente em uma parte do processo. Enquanto aos consumidores cabe a responsabilidade de seguir as regras de coleta seletiva, as indústrias devem recolher os resíduos e o varejo deve ceder espaço para ser um centro de recebimento das latas. "O varejo ainda não se entende como parte da logística reversa", lamentou a palestrante.
No caso do setor de material de construção, a signatária do programa de reciclagem pós-consumo de latas de aço é a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e a partir de agora o varejo tem de apresentar projeto de responsabilidade compartilhada com toda a cadeia. Para convencer as lojas, a palestrante mostrou os benefícios que o projeto pode trazer às empresas, como reforço da marca, melhoria no relacionamento com os clientes, aproximação com os consumidores com o consequente aumento do fluxo no ponto de venda.
Thaís comentou que a meta do programa é conscientizar o consumidor para o descarte seletivo, mostrando que a embalagem deve ser revitalizada. "Nosso objetivo é a redução de 22% das embalagens que chegam aos aterros e que 55 mil toneladas sejam revitalizadas até 2021", finalizou.