Lojistas menos otimistas
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com o Termômetro Anamaco, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), 45% dos lojistas de material de construção afirmaram que registraram alta nas vendas em outubro (esse percentual havia sido de 50% em setembro). Em sentido oposto, a percepção de queda foi apontada por 18% dos entrevistados contra 16% no mês anterior.
A diferença entre essas duas percepções era de 34 pontos percentuais em favor do otimismo em setembro. Já em outubro, a percepção de alta superou a de queda nas vendas em 27 pontos percentuais. No período, a percepção de que as vendas se mantiveram estáveis também avançou frente a setembro, passando de 35% para 37%.
Segundo o estudo, do ponto de vista regional, essa discreta piora na percepção das vendas foi puxada pelas regiões Sudeste (recuo de 44% para 37%), Sul (queda de 59% para 55%) e Centro-Oeste, que passou de 53% para 36%. Por outro lado, a percepção de alta de vendas avançou no Nordeste (57% contra 54% em setembro) e no Norte (50% contra 44%).
Considerando as empresas segundo as principais categorias de produtos vendidos, o segmento especializado em produtos básicos apresentou queda importante nas assinalações de crescimento das vendas, que retraíram de 44% para 38% entre setembro e outubro. Pela primeira vez, a percepção de alta foi inferior à de queda nas vendas nesse segmento.
De acordo com o levantamento, em menor medida, esse movimento também ocorreu nos varejistas especializados em material hidráulico, cujo sentimento otimista também se reduziu de 64% para 44% no mesmo período. Essa queda de 20 pontos percentuais foi a mais expressiva nesse quesito da pesquisa de outubro. No oposto está o segmento especializado em revestimento cerâmico, cuja percepção de crescimento passou de 57% para 59% entre setembro e outubro.
Quando se observa o total das respostas, independentemente da especialidade de cada varejista, os maiores crescimentos de vendas em outubro continuaram sendo sentidos em produtos básicos: 34% contra 37% de assinalações em setembro. Seguiram-se tintas (21% contra 19% no mês anterior) e revestimento cerâmico (16% contra 17%).
Trimestre equilibrado
O Termômetro Anamaco apurou, ainda, que o percentual de varejistas que registrou alta nas vendas nos três meses entre agosto e outubro foi de 53%, mesmo nível registrado na edição anterior do levantamento. Nesse contexto, 11% notificaram queda e 36% vendas constantes nessa base de comparação, todos patamares muito próximos aos observados no mês anterior.
A pesquisa revela que, do ponto de vista regional, houve recuo na avaliação positiva dos varejistas nas regiões Sul, Sudeste e, em menor grau, no Centro-Oeste. A percepção de que as vendas estiveram crescendo no último trimestre recuou de 63% para 59% no Sul, de 48% para 46% no Sudeste e de 56% para 55% no Centro-Oeste. Movimento contrário foi registrado no Norte e no Nordeste, onde as assinalações de alta passaram de 50% para 62% e de 54% para 59%, respectivamente.
Na avaliação dos estabelecimentos segundo a principal categoria de produto comercializada, a estabilidade frente ao mês anterior se confirma, ainda que com algumas qualificações. Os níveis de assinalações de crescimento se mantiveram bem altos no segmento de revestimento cerâmico, tendo se elevado de 61% para 65% entre setembro e outubro. Nos estabelecimentos especializados em produtos básicos, o percentual de assinalações de crescimento nas vendas permaneceu praticamente estável (49% em setembro contra 48% em outubro); mas a percepção de queda nas vendas nos últimos três meses caiu de 13% para 8% no mesmo período.
Movimento oposto ocorreu nos revendedores especializados em material elétrico: a percepção otimista recuou de 58% para 54%, enquanto as assinalações de queda nas vendas passaram de 7% para 14%, sempre entre setembro e outubro.
As expectativas dos varejistas de materiais quanto às medidas do governo para os próximos 12 meses recuaram em outubro frente ao mês anterior, chegando ao nível mais baixo da série. O otimismo quanto a essas ações passou de 60% para 55%, enquanto os pessimistas chegaram a 17% contra 13% registrados anteriormente, e os indiferentes se mantiveram em 28%.
A liderança no ranking do otimismo quanto às futuras ações do governo passou das regiões Sul e Nordeste em setembro para a região Centro-Oeste em outubro. Nesta, as assinalações positivas foram de 63%, seguidas pela região Norte com 61%. Ainda que em patamar bastante expressivo, o menor nível de otimismo foi registrado no Sudeste: 50%, mesmo nível observado na edição de setembro.
Expectativas mais conservadoras
A pesquisa aponta, ainda, que as expectativas para o comportamento das vendas nos próximos três meses apresentaram recuo em outubro frente ao mês anterior. As assinalações de alta cairam de 44% para 40%. O destaque é que, pela primeira vez, esse nível foi inferior ao das expectativas de estabilidade que somaram 42%. Já as expectativas de queda passaram de 16% para 19%.
Essa “ultrapassagem” das perspectivas de manutenção nas vendas nos meses à frente com relação às expectativas de alta se mostrou acentuada no Sudeste (45% contra 34%) e, ainda mais, no Centro- Oeste (52% contra 23%). No sentido contrário, as expectativas de crescimento se elevaram em nove pontos percentuais no Norte, passando de 46% para 54% no mesmo período.
Considerando os varejistas segundo as principais categorias de produtos vendidos, em outubro, os especializados em produtos básicos e de pisos e revestimentos se mostraram mais cautelosos. Nessas duas especialidades, as expectativas de manutenção das vendas nos próximos três meses também superaram as de alta.
Os percentuais relativos a projeções de crescimento das vendas foram de 39% e 35%, respectivamente. Já as assinalações de que as vendas devem se manter foram de 40% e 37%, também respectivamente.
Os mais otimistas, devido a fatores sazonais típicos, foram os especializados em tintas e vernizes, segmento no qual as expectativas de alta nas vendas nos próximos meses foram destacadas por 54% dos participantes da pesquisa. O segmento de material elétrico vem logo a seguir nesse critério, com 45% de assinalações otimistas.
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