Luz amarela no comércio matcon
Texto: Redação Revista Anamaco
A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) acaba de divulgar os resultados do Termômetro de vendas relativas a agosto. O estudo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), revela uma mudança importante na percepção dos varejistas de material de construção.
De acordo com o levantamento, as assinalações de alta no mês caíram de 38% para 29%, umas das maiores quedas registradas na série histórica. Em agosto de 2020, esse indicador era de 42%.
A pesquisa aponta que a piora nas respostas otimistas ocorreu por conta do aumento da percepção de queda, reportada por 28% dos entrevistados contra apenas 19% em julho. Em igual mês do ano passado, essa parcela de lojistas registrando queda era de 20%. “As vendas de agosto acendem uma luz amarela para o varejo. Devemos incentivá-las para não perder fôlego no ano”, observa Waldir Abreu, superintendente da Anamaco.
Na análise regional, o movimento de retração do otimismo foi generalizado. As maiores reduções na percepção de alta nas vendas em agosto, segundo o estudo, foram registradas no Sul (16 pontos percentuais) e no Norte (10 pontos percentuais). No Sul e no Sudeste, as assinalações de queda das vendas no mês superaram as de alta em 10 p.p. e 3 p.p., respectivamente. Ao contrário do que vinha sendo observado nos meses recentes, nos mês foram os grandes lojistas os que acusaram o maior recuo na percepção de alta nas vendas. As respostas otimistas caíram de 63% para 37% na comparação com mês anterior nos home centers (empresas com mais de 99 funcionários). Entre os pequenos (até quatro colaboradores) as respostas otimistas recuaram de 40% para 35% no mesmo período.
Do lado positivo, as expectativas para o comportamento das vendas nos próximos três meses (setembro a novembro) permanecem favoráveis como em julho. Em nível nacional, o otimismo chegou a 60% das respostas contra 58% no mês anterior. Em todas as regiões, essas expectativas positivas sobre as vendas se mantiveram acima de 55% em agosto, padrão semelhante ao registrado em julho.
Na avaliação da FGV-Ibre, o contraste com a piora na percepção sobre as vendas correntes sugere um efeito sazonal típico do inverno, período em que as vendas correntes são menores do que no verão. A sazonalidade também explica a manutenção de expectativas favoráveis quanto às vendas de material de construção no final do ano, em preparação para as festas natalinas.
As expectativas otimistas quanto às ações do governo nos próximos meses, por sua vez, caíram ligeiramente, passando de 52% para 51% entre julho e agosto. No mesmo mês de 2020, esse indicador era de 60%. Ao mesmo tempo, a parcela de varejistas pessimistas avançou, passando de 16% para 21% também entre julho e agosto. Há um ano, essa parcela era de 16%. Apesar dessa oscilação, as assinalações otimistas ficaram acima de 50% em todas as regiões do País, exceto no Sudeste (46%), área onde também foi observado o maior percentual de pessimismo quanto às ações do governo nos próximos seis meses (23%).
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