Matcon aumenta relevância no varejo
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com estudo realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as diversas restrições sobre atividades varejistas consideradas “não essenciais”, bem como as limitações de horário de funcionamento e de circulação de pessoas, geraram mudanças nos padrões mensais e sazonais do comércio paulista em 2020.
Estas mudanças, segundo a pesquisa, anularam os efeitos de datas comemorativas importantes para alguns segmentos, aumentaram a importância de alguns setores no faturamento total do comércio (reduzindo as participações de outros) e deram relevância a meses que, historicamente, não produziam efeitos nas vendas de forma significativa.
Nesse novo momento, as lojas de material de construção e as de móveis e decoração foram as que obtiveram maior ganho de espaço no ano passado. Enquanto o primeiro segmento ampliou em 20% sua fatia no total do varejo paulista, agregando em torno de R$ 17,6 bilhões no faturamento anual, as lojas de móveis e decoração conseguiram agregar quase R$ 2,9 bilhões a mais nas vendas anuais, elevando em 13,5% sua participação no varejo.
O levantamento revela que, ao longo de seis meses em 2020, o segmento de material de construção registrou taxas de participação de vendas superiores a 9%, tipicamente um porcentual alcançado apenas em outubro nos anos anteriores (2015 a 2019). Para o setor de móveis e decoração, houve aumento de participação mensal de vendas em nove dos 12 meses de 2020.
O estudo mensurou o faturamento das principais atividades do varejo paulista nos últimos seis anos. O objetivo foi apurar os reflexos de possíveis mudanças na sazonalidade para distinguir 2020 (um ano atípico marcado pela pandemia) do período 2015/2019, em que houve normalidade para o comércio. Com isso, foi possível avaliar aumentos ou perdas de participação de cada mês no faturamento anual, além de cada atividade do varejo.
Tanto o comércio de material de construção, quanto o de móveis e decoração foram beneficiados pelo isolamento social, que alavancou o home office e a maior permanência dos consumidores em suas casas, reduzindo despesas consideradas não essenciais (como turismo e lazer). Além disso, a forte expansão do mercado imobiliário, via crédito ampliado e acessível, também estimulou reformas e decorações domésticas. Também conseguiram atender, na plenitude, ao aumento de demanda, seja por estarem liberados de restrições de abertura, seja pela utilização intensiva do comércio eletrônico.
Em alta, os supermercados agregaram mais de R$ 55 bilhões e ampliaram a participação de 33,6% para 36,5% no ano passado. A importância deste setor no varejo, que já mantinha o maior peso nas vendas totais em anos anteriores, conseguiu auferir ganhos de dimensões substanciais, elevando ainda mais sua relevância no comércio paulista.
Por outro lado, as lojas de vestuário e as concessionárias de veículos são as que mais perderam participação no varejo no ano passado, em comparação aos períodos anteriores. Ao sair de uma participação média de 8,2% (entre 2015 e 2019) para apenas 6,2% (em 2020), o setor de vestuário reduziu aproximadamente R$ 8,3 bilhões em seu faturamento real.
Este desempenho negativo decorreu da ausência de datas comemorativas vitais para o setor, como o Dia da Mães e o Dia dos Namorados, quando o comércio paulista ainda estava com parte das lojas fechadas.
Da mesma forma, as concessionárias de veículos perderam cerca de 20% da fatia do mercado anual, ou o equivalente a R$ 8,5 bilhões. Além de toda as restrições de funcionamento, ambas as atividades não puderam usufruir com plenitude do e-commerce, dada a natureza de seus produtos ofertados.
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