Matéria-prima continua sendo o principal problema da indústria da construção
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no segundo trimestre, a falta ou alto custo das matérias-primas continuou como o principal problema enfrentado pela indústria da construção. O entrave foi assinalado por 47,7% das empresas, um aumento de um ponto percentual (p.p.) na comparação com o primeiro trimestre. Com o aumento, a tendência de queda no número de assinalações, que vinha ocorrendo desde o segundo trimestre de 2021, foi revertida.
As taxas de juros elevadas aparecem como o segundo problema mais indicado pelas empresas da construção, com crescimento de 26,7% para 29,8% entre o primeiro e o segundo trimestre. A elevada carga tributária ocupou a terceira posição do ranking, registrando 23,7% pontos percentuais, uma queda de 2,8 p.p. na comparação com o primeiro trimestre.
A pesquisa indica que cresceu o percentual de companhias que declaram perceber falta ou alto custo de trabalhadores qualificados, atingindo 20,3% das empresas. Esse é o maior percentual de assinalação desde o primeiro trimestre de 2015 (20,4%).
O levantamento mostra, também, que o desempenho da construção foi positivo em junho, com aumentos na atividade e no emprego. Apesar disso, na análise do segundo trimestre, houve oscilação na atividade e no emprego, com queda de abril para maio e aumento de maio para junho nos dois índices. O índice do nível de atividade foi de 51,6 pontos em junho, resultado acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando aumento do nível de atividade. O índice não apresentava valor acima dos 51,0 pontos para o mês de junho desde 2011, quando registrou 51,7 pontos. O índice do número de empregados também teve alta em junho, fechando em 51,7 pontos. O valor acima dos 50 pontos indica aumento do emprego frente ao mês anterior.
Outro dado apurado pela pesquisa, o índice de preço médio dos insumos foi de 73,0 pontos no segundo trimestre, resultado que corresponde a uma queda de 2,1 pontos, na comparação com o primeiro trimestre. O indicador alcançou o segundo maior patamar para o período desde o início da série histórica, em 2012.
Os índices de satisfação com a margem de lucro e com as condições financeiras tiveram alta de 1,3 ponto e 2,3 pontos, respectivamente, no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre (de 41,6 pontos para 42,9 pontos e de 44,7 para 47,0). Apesar do aumento do índice, o resultado ainda está abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica insatisfação do empresário frente a essas questões.
O índice de facilidade de acesso ao crédito, por sua vez, recuou 0,6 ponto, passando para 38,7 pontos no período. Ainda assim, esse é o maior valor para o segundo trimestre, desde o 2013, quando o indicador registrou 43,2 pontos.
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