Mercado interno aquecido
O comércio deve se preparar para a alta das vendas no final do ano, se o consumidor continuar confiante nos rumos da economia brasileira. Em novembro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fecomercio ficou praticamente estável, com variação -0,7% em relação ao mês anterior, registrando 153,1 pontos. O índice permanece no patamar otimista (em uma escala que varia de 0 a 200 pontos, acima de 100 é considerado otimismo).
Em comparação a novembro do ano passado, quando a crise estava instalada, o ICC registrou incremento de 15,5%, confirmando o bom momento atual do consumidor. "O resultado do ICC de novembro mostra que o consumidor paulistano mantém um grau de otimismo bastante elevado, pressupondo que o nível de atividade econômica encontrou clara rota de recuperação", afirma Thiago Freitas, economista da Fecomercio.
Ele destaca que a massa de rendimentos determinada pelo comportamento do salário mínimo e dos salários de muitas categorias reajustados acima da inflação corrente, assim como a evolução no mercado de trabalho e de programas de transferências de renda, explica boa parte do acelerado crescimento do mercado doméstico, antecipando a saída da economia brasileira da crise.
As medidas governamentais de estímulo ao consumo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos produtos, também contribuem para uma percepção mais positiva do consumidor, bem como a inflação controlada, que acaba preservando o poder de compra dos paulistanos.
O indicador é composto por dois sub-índices: o Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA) e o Índice de Expectativa ao Consumidor (IEC). O ICEA, que determina a percepção dos consumidores no curto prazo, obteve uma pequena queda em novembro de 1,4%, chegando a 143,7 pontos. Neste mês, a redução deve-se a ligeira perda de confiança daqueles consumidores com 35 anos ou mais (-2,4%), registrando 139,7 pontos e a estabilidade daqueles com menos de 35 anos (0,5%), alcançando 148,2 pontos.
Já o IEC, que determina a percepção dos consumidores em relação ao médio e longo prazos, apresentou estabilidade com uma variação de -0,3%, atingindo 159,4 pontos. "Como os ajustes positivos mais fortes na economia são recentes, o ICC não deve subir muito no próximo mês, porém, o nível de otimismo em que está já indica que o consumo será forte", avalia Freitas.
O ICC é apurado, mensalmente, pela Fecomercio e os dados são coletados junto a cerca de 2.100 consumidores no município de São Paulo.