MP deve preservar empregos no varejo
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a volta do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), neste mês de maio, deverá preservar, até agosto, 73,3 mil postos formais de trabalho no comércio.
No fim de abril, o governo oficializou uma nova etapa do programa, ao publicar a Medida Provisória (MP) nº 1.045/21, com previsão orçamentária de R$ 11,67 bilhões e duração de 120 dias. O BEm permite a suspensão temporária do contrato de trabalho e a redução proporcional da jornada de trabalho e salário.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, destaca que, no ano passado, o programa foi uma das medidas mais eficientes adotadas para amortecer os impactos da crise sanitária no mercado de trabalho formal. “No comércio varejista, uma das atividades econômicas mais diretamente impactadas pela crise sanitária, as expectativas quanto aos impactos decorrentes das crescentes restrições à circulação de consumidores no Brasil sugeriam cenários altamente negativos à manutenção do emprego diante das restrições impostas às operações no setor a partir da edição de diversos decretos regionais por todo o País”, afirma Tadros.
Na avaliação de Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, destaca que, assim, como em 2020, o impacto do BEm nos segmentos do varejo tende a ser heterogêneo neste ano, na medida em que o tamanho do segmento e a velocidade de reação das vendas à pandemia de coronavírus afetam a quantidade de vagas poupadas. “No comércio, em termos absolutos, tende a ser mais beneficiado o segmento de hiper e supermercados (15,02 mil vagas poupadas), seguido pelos ramos de material de construção (12,04 mil), vestuário, calçados e acessórios (11,86 mil) e lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (10,34 mil)”, destaca Bentes.
Segundo estimativas da CNC, para cada R$ 1 bilhão gasto por meio do programa, 6.285 desligamentos decorrentes da pandemia deixaram de ocorrer no varejo. “No ano passado, o programa consumiu R$ 33,5 bilhões dos cofres públicos, ficando atrás apenas do auxílio emergencial (R$ 293,11 bilhões) como instrumento direto de recomposição da renda da população”, conclui Bentes.
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