Nove em cada 10 indústrias evitam o desperdício de água e energia
Texto: Redação Revista Anamaco
Em meio à preparação para a 26ª Conferência do Clima (COP26), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou uma pesquisa, com o Instituto FSB, para avaliar qual a visão das empresas brasileiras e quais ações concretas adotaram em relação à sustentabilidade. Em alguns quesitos, os dados mostram que as companhias estão avançadas.
De acordo com o estudo, feito com executivos de 500 médias e grandes empresas industriais, práticas de gestão de resíduos e ações para reduzirem o desperdício de água e energia são adotadas por nove em cada 10 empresas pesquisadas. Praticamente todas (98%) adotam pelo menos uma entre as oito ações de sustentabilidade listadas no questionário.
A pesquisa revela que a maior preocupação dos executivos ouvidos é com o descarte de resíduos. Um em cada quatro afirmou que este é o seu primeiro ou segundo principal ponto de atenção.
Considerando o estágio atual do ambiente de negócios no Brasil, 94% dos executivos enxergam oportunidades nas ações de sustentabilidade. Outro dado que mostra o interesse das empresas pelo tema é a intenção de investimento. Praticamente duas em cada três (63%) empresas entrevistadas afirmaram que vão ampliar os investimentos em sustentabilidade nos próximos dois anos. Mesmo durante a pandemia, em meio à crise econômica, 28% delas disseram ter ampliado esse tipo de investimento nos últimos 18 meses.
Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, observa que a indústria sempre foi um ator relevante e, em muitos momentos, liderou o processo de desconstrução da falsa dicotomia entre desenvolver e preservar, homem e natureza. “Historicamente, temos dado uma contribuição relevante ao desenvolver soluções que aumentam a eficiência das linhas de produção e promovam o consumo consciente de recursos. Os dados da pesquisa revelam que essa é uma preocupação disseminada e contínua em todo o setor industrial”, explica.
O levantamento revela, ainda, que os dois principais motivos que levam as empresas a investirem em sustentabilidade são a reputação junto à sociedade e aos consumidores (41%) e o atendimento às exigências regulatórias (40%). A redução de custos, com 32%, e o aumento da competitividade, com 29%, completam a lista de itens que mais estimulam os executivos a adotarem a agenda sustentável.
Por outro lado, a falta de cultura voltada para o tema (48%) e a falta de incentivos do governo (47%) são apontados como os principais entraves. Os custos adicionais, com 33%, e a falta de crédito ou financiamento, com 20%, também integram a lista de barreiras para a implementação de ações sustentáveis pela indústria.
Mesmo com esses obstáculos, em 40% das indústrias existe uma estratégia e agenda de sustentabilidade validada pela alta gestão. Nas grandes indústrias, o indicador cresce seis pontos percentuais, chegando a 46%. Os líderes do setor produtivo reconhecem o papel do governo para incentivar e catalisar o processo de ações sustentáveis na iniciativa privada. Para 71% dos entrevistados, o Estado deve controlar e estimular que as empresas sigam regras ambientalmente sustentáveis.
Foto: Adobe Stock