Número de famílias endividadas bate recorde em abril, aponta CNC - Revista Anamaco

Economia

Número de famílias endividadas bate recorde em abril, aponta CNC

Texto: Redação Revista Anamaco 

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro bateu novo recorde em abril, alcançando 66,6%, o que representa o maior percentual desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010. Essa foi a primeira pesquisa realizada após o início da pandemia de coronavírus no Brasil, a coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril.
A quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atraso ficou estável em abril, após dois meses consecutivos de aumento: 25,3%, percentual igual ao aferido no mês passado. Em comparação com igual período de 2019 (23,9%), contudo, houve crescimento.
Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou queda em abril, no comparativo mensal, passando de 10,2% do total, em março de 2020, para 9,9% em abril. Entretanto, o indicador havia alcançado 9,5% em abril do ano anterior.
Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 77,6%. Carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente.
José Roberto Tadros, presidente da CNC,  explica que a renovação da alta do endividamento se baseou na ampliação do crédito ao consumidor. “A crise com a Covid-19 impõe ao governo a adoção de medidas de estímulo ao crédito, na tentativa de manter algum poder de compra dos consumidores. A queda expressiva dos juros e da inflação reduz, respectivamente, o custo do crédito e a pressão sobre a renda, incentivando o endividamento”, explica Tadros, reforçando a importância de se viabilizarem prazos mais longos para os pagamentos ou alongamentos das dívidas, além da busca por iniciativas mais eficazes para mitigar o risco de crédito. “Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência, nos meses à frente.”

Foto: Adobe Stock

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