Número de famílias sem condições de pagar dívidas atinge recorde histórico - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Número de famílias sem condições de pagar dívidas atinge recorde histórico

Texto: Redação Revista Anamaco

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), registrou, em outubro, um novo recorde histórico: 452,5 mil famílias sem condições de pagar dívidas em atraso, o que representa 11,2% do total de lares da cidade de São Paulo.
Nesse cenário, a situação é pior entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, grupo no qual 14,8% afirmam não ter condições para quitar as contas atrasadas. Já no grupo com renda superior, esse índice é de 3,9%. Ao todo, 977,4 mil lares têm algum tipo de dívida em atraso. Mesmo assim, a inadimplência caiu de 24,6%, em setembro, para 24,1%, em outubro. 
Na avaliação da FecomercioSP, embora os índices de inadimplência apontem uma melhora, considerando o aumento da renda e do emprego e os efeitos do programa Desenrola Brasil, do Governo Federal, ainda não é possível afirmar que haja uma tendência de queda.
O estudo indica que as famílias ainda sofrem com os reflexos da economia instável dos últimos anos, o que explica a postergação no pagamento das contas para priorizar gastos essenciais ou, até mesmo, a incapacidade da quitação dessas dívidas.
Os dados da pesquisa também mostram que o número de endividados diminuiu, passando de 68,7%, em setembro, para 68,1%, em outubro, apontando um resultado menor que os 77% registrados no mesmo período do ano passado. São 2,76 milhões de famílias que têm algum tipo de dívida na capital paulista, uma redução de 339 mil em um ano. No entanto, a parcela de renda comprometida com dívidas registrou o maior nível desde 2010: 31,5%. 
Dentre os principais tipos de dívidas, a fatura do cartão de crédito (82,8%) lidera o ranking. Apesar de ser um porcentual elevado, ainda está abaixo do registrado no ano passado (85,5%). Por outro lado, o carnê (15,2%) e o crédito pessoal (13,4%) registraram altas: enquanto o primeiro alcançou o maior nível desde fevereiro, o segundo atingiu o mais alto patamar desde junho de 2017.

Foto: Adobe Stock

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