Os impactos no setor
Texto: Redação Revista Anamaco
Dados do Ministério da Saúde revelam que, até ontem (15 de março), havia 200 pessoas infectadas pelo coronavírus (Covid-19) no País e mais de 1.900 casos suspeitos. A recomendação é para que as pessoas circulem menos, evitem aglomerações e, se for possível, trabalhem no sistema home office.
O varejo de material de construção, por meio das redes sociais, tem colaborado dando dicas de prevenção e alertando sobre os sintomas da doença. E está começando a sentir os reflexos do medo do brasileiro da contaminação.
Segundo informações das lojas associadas à Federação das Associações dos Comerciantes de Materiais de Construção de Santa Catarina (Fecomac-SC), o movimento no último final de semana foi igual ao registrado no fim de semana anterior. Entretanto, nesta segunda-feira, há relatos de lojas vazias. “A maioria dos lojistas contou que poucas pessoas passaram pelos pontos de venda hoje e que, tradicionalmente, é um dia forte de vendas para o setor”, explica Julio João Pereira, executivo da Fecomac-SC.
As Associações dos Comerciantes de Material de Construção (Acomacs), por sua vez, assim como entidades de outros setores, mostrando responsabilidade, cancelaram eventos internos neste mês de março. O Salão Internacional de Arquitetura e Construção (Feicon Batimat), que estava previsto para acontecer entre os dias 31 de março e 03 de abril, foi transferido para o período de 15 a 18 de setembro.
Na indústria, o impacto já vinha sendo sentido há algum tempo. Isso porque muito do que se comercializa no Brasil tem como origem a China. Em meados de fevereiro, a Ecoforce, em comunicado, destacou que as medidas de segurança implementadas pelo governo chinês - o que inclui a paralisação em alguns locais de produção - teriam impacto na movimentação de mercadorias e entregas também em escala global. Dessa forma, antecipou que haveria atrasos nos pedidos da empresa.
O segmento de pisos vinílicos - também fabricados na China - deverá sentir os impactos negativos da pandemia. Ilan Tiktin, diretor da ePiso, explica que esse revestimento deverá ter seus estoques no Brasil comprometido em, no máximo dois meses, quando os novos pedidos deveriam ser entregues, o que não deverá acontecer caso a crise provocada pelo surto do coronavírus não seja solucionada.
O executivo lembra que o aquecimento do mercado da construção e a retomada da construção e venda de imóveis aumentou o volume de vendas dos pisos vinílicos em 30%. "Se mantiver este ritmo, a previsão é de que a partir de abril comece a faltar o produto no mercado brasileiro", afirma Tiktin.
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