Otimismo menor
O aumento no preço dos alimentos, a retenção de crédito dos últimos meses e a elevação da taxa de juros estão atingindo o ânimo do consumidor que, em março, se mostra menos otimista que em fevereiro.
De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), a confiança dos paulistanos caiu 2,5% em relação ao mês passado. Apesar da retração, o ICC registra 158,2 pontos em uma escala que varia de 0 a 200, e denota otimismo quando acima dos 100 pontos - demonstrando que o consumidor acredita que o cenário econômico ainda é bastante seguro.
O Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), um dos dois indicadores que compõem o ICC, foi o que anotou a maior queda na confiança dos consumidores, 3,1% menor que em fevereiro. Já o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que indica a percepção com relação ao médio e longo prazo, teve um desempenho pouco melhor, registrando recuo de 2% em março.
De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio o resultado de março aponta o começo de uma deterioração da confiança dos paulistanos motivada pela elevação do preço das commodities agrícolas e minerais, consequência das pressões do mercado internacional. Cenário que é agravado pelas medidas de restrição de crédito e aumento da taxa de juros que retiram dinheiro de circulação.
Dado que o Banco Central deve continuar elevando a Selic ao longo de 2011, uma atitude inócua na opinião da Fecomercio, o ânimo dos consumidores deve apresentar novas quedas nos próximos meses.