País tem 63,27 milhões de inadimplentes - Revista Anamaco

Inadimplência

País tem 63,27 milhões de inadimplentes

Texto: Redação Revista Anamaco

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (39,17%) estavam negativados em julho, o equivalente a 63,27 milhões de pessoas. Este é maior índice apontado pela série histórica do levantamento, realizado há oito anos. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 8,70% em relação ao mesmo período de 2021. 
Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da Federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em julho ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de junho para julho, o número de devedores cresceu 0,96%.
Na análise de José César da Costa, presidente da CNDL, a expectativa é de que o cenário de crescimento da inadimplência se mantenha no Brasil.  “Apesar da retomada do mercado de trabalho ter sido maior do que o esperado, não há previsão de diminuição da inflação ou melhoria nas previsões de crescimento da economia do País. O número de inadimplentes está alto e, infelizmente, a expectativa é que não paremos por aí”, afirma Costa.
O estudo indica que o crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a um ano (36,19%). “O tempo de atraso da dívida é um dos sinais da dificuldade do brasileiro em regularizar sua situação. O problema fica mais agudo entre os que possuem baixo nível de educação financeira. É fundamental que, mesmo com uma renda menor, as pessoas tenham controle de seus gastos e destinem uma parte de seus rendimentos para a construção de uma reserva de emergência. Assim, caso haja uma situação inesperada, o destino não seja a inadimplência”, destaca Roque Pellizzaro Junior,  presidente do SPC Brasil.
Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. São 15,72 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 45,96% do total deste grupo etário.
Em relação ao aumento do endividamento no Brasil, o indicador mostra que em julho houve crescimento de 16,50% em relação ao mesmo período de 2021. Na passagem de junho para julho, o número de dívidas apresentou alta de 1,93%.
Nesse cenário, destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos, que registrou crescimento de 30,19%, seguido de água e Luz (7,20%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-10,34%) e Comércio (-3,27%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso. 
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 60,05% do total de dívidas. Na sequência, aparece Comércio (13,23%), o setor de água e Luz (10,74%) e Comunicação (8,88%). 

Foto: Adobe Stock

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