Panorama das médias empresas na pandemia
Texto: Redação Revista Anamaco
A Quorum Brasil Informação & Estratégia apresenta uma pesquisa que mostra a percepção dos empresários paulistas sobre a crise causada pela pandemia de coronavírus. O levantamento, realizado entre os dias 13 e 17 de abril, quis saber como eles estão se sentindo, neste cenário sem precedentes na história, e o que planejam fazer nos próximos meses.
Batizado de “Covid-19 As médias empresas em busca de um caminho”, foi feito com base em 150 entrevistas com gerentes e diretores de indústrias de setores, como Construção Civil, Embalagens, Químico, Transporte e Logística, Alimentos e Bebidas, Confecções, Moveleiro, Vigilância e Segurança, Automotivo, Reciclagem e Autopeças, de médio portes, de São Paulo - capital e Grande São Paulo.
De acordo com o estudo, o isolamento social divide opiniões: 52% não concordam, contra 48% que concordam. Os entrevistados entendem a relevância da medida, mas destacam que precisam olhar os negócios. Na percepção desses executivos, se houver uma estratégia conjunta entre Estado e prefeituras, em relação às regras e comportamento da população, a abertura do comércio é possível.
O relatório apurou, ainda, que 62% dos entrevistados esperam que este mês de maio seja o limite para a retomada dos negócios e afirmam que não conseguirão suportar além dessa data, seja pela ausência de caixa, pelo pouco acesso ao crédito, falta de matéria-prima, vendas em queda, contas em alta, descapitalização empresarial e pessoal, entre outras razões.
Uma preocupação levantada pela pesquisa foi sobre o desempenho nas vendas. A performance que, segundo os entrevistados, deve registrar queda de 45% neste mês de maio, pode chegar a 65% caso a crise se estenda até julho.
Outra questão abordada foi sobre ajuda governamental nesse momento. Entre os entrevistados, 38% admitem que já buscaram ajuda, seja municipal, estadual ou federal. E 75% disseram que vão precisar desse auxílio caso a crise prossiga além de maio.
Os executivos entrevistados mostram desânimo diante da situação e 76% avaliam que toda a cadeia está comprometida. Desde os fornecedores, sem matéria-prima ou condições de vender normalmente, passando pelos clientes, que estão sem caixa ou crédito, até chegar aos consumidores finais, que estão sem renda. Esse cenário faz com que os industriais pressionem o governo para que o comércio seja reaberto.
A pesquisa apurou, ainda, que a estimativa é de que, mesmo que o mercado retome as vendas a partir de julho, o tempo de normalização dos negócios será longo e as indústrias precisarão de, pelo menos, sete meses para recuperar prejuízos e alcançar um certo nível de normalidade.
O estudo completo está disponível em: https://www.quorumbrasil.com/wp-content/uploads/2020/05/QUORUM-BRASIL-Covid19.pdf
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