Parceria entre Montana e Versarien visa acelerar uso do grafeno no Brasil
Texto: Redação Revista Anamaco
A Montana Química e a Versarien firmaram uma parceria que visa alavancar o uso de grafeno no mercado nacional, em um negócio que envolve, inicialmente, 50 mil libras (R$ 350 mil), seguidos de adicionais 25 mil libras (R$ 175 mil) quando do início de produção, além do pagamento de royalties sobre a propriedade intelectual. O negócio visa a capacitação brasileira na Inglaterra, sede da Versarien, para o posterior desenvolvimento da tecnologia na Montana.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o País é o segundo maior em reservas de grafita, que dá origem ao grafeno, e é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral.
Fernando Menegatti, químico especialista da Montana Química, explica que o material, quando incorporado aos produtos, melhora suas propriedades químicas e físicas, garantindo assim maior resistência e durabilidade.
Ele afirma que o grafeno, na literatura, apresenta muitas vantagens, mas ainda é pouco explorado pelo mercado. “O material apresenta grande potencial e tem se mostrado um ótimo aditivo para a construção civil. Como o grafeno reduz o teor de ar quando adicionado à massa de concreto, isso facilita, consideravelmente, a mistura, transporte, moldagem e acabamento, além de conferir maior durabilidade”, pontua.
Menegatti acrescenta que o grafeno confere inércia química e condutividade elétrica a tintas e revestimentos. Dentro do mercado têxtil, por ser um material de baixa densidade e de alta flexibilidade, traz leveza e resistência aos tecidos, além de potencializar a capacidade dos lubrificantes por conferir ótima dissipação térmica ao sistema. “Hoje, diante dos desafios científicos enfrentados, cabe às áreas de desenvolvimento se unirem para que o material seja cada vez mais difundido pelo mercado brasileiro”, salienta o químico.
Stephen Hodge, presidente-executivo da Versarien, frisa que está muito satisfeito com a parceria e espera colaborar, estreitamente, com ela à medida em que traz ao mercado produtos aprimorados pela tecnologia da empresa.
Andreas Von Salis, diretor superintendente da Montana Química, lembra que o core business da empresa é a madeira, mas frisa que a companhia não pode se furtar à inovação e à ampliação de portfólio. “Por isso, decidimos desenvolver complementos importantes para nossa estratégia com o uso do grafeno. Poucos lugares do mundo estão utilizando o grafeno na prática. Seremos um dos pioneiros”, garante.
O executivo comenta que a Montana criou, em outubro de 2022, seu Centro de Pesquisa & Inovação com o objetivo de buscar soluções com o uso de material avançado para os mais diversos mercados. “Nossa ideia é incorporar novas soluções aos produtos do varejo e da indústria. Isso não vai apenas nos beneficiar, mas também será importante para toda a cadeia”, declara Von Salis.
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