Perspectivas melhores
O Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE), calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), apontou alta de 3,7% em fevereiro em relação a janeiro, passando dos 104,8 pontos para 108,7 pontos.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a economia ainda atravessava a crise, a oscilação é de 44,7%. O ISE varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Acima de 100 pontos o indicador é considerado otimista.
A alta deste mês foi influenciada, principalmente, pela visão que os economistas têm da situação futura, que se elevou 6,7%, atingindo 118,1 pontos, enquanto a avaliação da conjuntura atual permaneceu praticamente estável, com 99,3 pontos (+0,4%).
Dos nove itens analisados para a medição do indicador, seis estão no patamar otimista, sendo que dois deles contribuíram para a expectativa otimista dos economistas quanto ao futuro: Taxa de Câmbio e Nível de Emprego.
O item Taxa de Câmbio (107,8 pontos, alta de 47%), que influenciou negativamente o ISE em janeiro, foi o principal impulsionador do índice em fevereiro. Na análise futura dos economistas, esse item subiu para 123,7 pontos, enquanto que, no momento atual, ainda permanece abaixo dos 100 pontos (91,8 pontos), demonstrando pessimismo.
O Nível de Emprego (149,9 pontos, aumento de 10,9%) também foi outro destaque positivo do ISE em fevereiro. A percepção dos economistas é de que há uma melhora no emprego tanto na situação atual (140,7) quanto para daqui a um ano (159,2).
Por outro lado, o item Salários Reais, relacionado ao nível de emprego, obteve uma leve queda de 2,5% (119,4 pontos). Apesar da queda de 11,2%, o item Cenário Internacional (140,6) ainda permanece na escala de otimismo. Essa redução do índice pode ser consequência do cenário negativo de algumas economias da Europa, com destaque para Grécia, Espanha e Portugal, que enfrentam problemas na gestão pública com déficits e endividamento de governo.
Os demais itens tiveram participações mais tímidas no ISE de fevereiro, mas de qualquer forma permaneceram no patamar acima dos 100 pontos: Oferta de Crédito ao Consumidor (131,5 pontos, 3,1%), e Nível de Atividade Interna - PIB (174,2 pontos, 0,7%). Este último, apesar de ficar praticamente estável, encontra-se no patamar mais elevado dos itens pesquisados.
Pelo lado pessimista do ISE continuam os mesmos itens que vêm influenciando negativamente o índice geral nos últimos meses: Taxa de Juro (68,7 pontos); Taxa de Inflação (60,7 pontos e Gastos Públicos (25,5 pontos). Dentre estes, o único que teve queda em fevereiro foi a Taxa de Inflação. Tanto na atual conjuntura (52,pontos) quanto para daqui a um ano (69,4), os economistas esperam aumento da inflação.
O ISE é computado desde junho de 2008 e a pesquisa detecta as perspectivas dos economistas em relação às tendências da economia nacional e mundial.