Pesquisa mostra queda nas vendas no varejo de matcon em setembro e retração nas expectativas
Texto: Redação Revista Anamaco
A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acabam de divulgar o resultado do Termômetro Anamaco, pesquisa mensal feita, com exclusividade, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A edição de setembro revela forte queda nas vendas de material de construção em relação a agosto. O levantamento mostra que as indicações de crescimento caíram, passando de 30% para apenas 18% das respostas. No outro extremo, as assinalações de queda subiram de 20% para 34%. Em setembro de 2021, essas percepções haviam sido de 25% e 32%, respectivamente.
Com os resultados, o indicador Anamaco de vendas correntes voltou ao campo do pessimismo (abaixo de 100), passando de 110 para 84 entre agosto e setembro. Esse é o nível mais baixo para o indicador desde março. Em setembro de 2021, seu valor havia sido de 93.
Quando o estudo faz um recorte por especialidade das lojas, a piora foi registrada em todos os segmentos, exceto material elétrico. O mesmo ocorreu nas assinalações de queda nas vendas que foram maiores em todos os ramos de atividade, também com exceção do material elétrico.
Considerando o comércio pelo porte (número de colaboradores), a piora na percepção dos varejistas em setembro foi geral, com queda nas assinalações de alta nas vendas registrada em todos os recortes. O mesmo ocorreu com as indicações de queda nas vendas. Considerando a diferença entre respostas otimistas e pessimistas, tanto os revendedores muito pequenos (até nove funcionários), quanto os home centers se revelaram igualmente pessimistas. Nessas categorias, as indicações de queda nas vendas do mês superaram as de alta em mais de 20 pontos percentuais.
Em termos regionais, também houve piora geral na percepção dos varejistas. As maiores quedas nas indicações de alta nas vendas correntes foram registradas nas regiões Sul e Sudeste, áreas nas quais as respostas otimistas passaram de 37% para 15% e de 25% para 15%, respectivamente. Essa queda foi mais discreta no Norte (32% para 24%), no Centro-Oeste (de 35% para 28%) e no Nordeste (de 31% para 23%). Em termos absolutos, a região mais pessimista foi o Sudeste, área na qual as repostas pessimistas quanto às vendas em setembro chegaram a 39%.
No mês, a piora do indicador de vendas correntes também foi observada no indicador de expectativas para os próximos três meses, mas em nível mais moderado. Assim, o indicador passou de 155 para 142 na comparação com agosto, mantendo-se no nível de otimismo (acima de 100). Em setembro de 2021, o nível do indicador era 151.
Em termos regionais, as regiões que registraram maior otimismo com relação às vendas nos próximos três meses foram, novamente, o Nordeste (60% de expectativas de alta) e o Sul (58%), seguidos do Norte (56%). Relativamente, os menos otimistas foram o Sudeste (49%) e o Centro-Oeste (47%).
De acordo com a FGV, apesar desses bons números, todas as regiões registraram queda nas expectativas de aumento das vendas nos próximos três meses. Revertendo o movimento registrado desde julho, as expectativas dos revendedores de material de construção quanto às ações do governo nos próximos doze meses tiveram ligeira queda. Em setembro, 51% dos entrevistados estavam otimistas contra 55% em agosto. Já as avaliações pessimistas permaneceram em 17% no mesmo período. Com isso, a diferença entre assinalações positivas e negativas passou de 38 p.p. para 34 p.p.
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