Primeiro semestre termina com 70% das famílias brasileiras endividadas
Texto: Redação Revista Anamaco
O primeiro semestre do ano se encerrou com o maior percentual de famílias endividadas no País desde 2010. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que em junho essa porcentagem chegou a 69,7%, alta de 1,7 ponto percentual em relação a maio e de 2,5 pontos sobre o mesmo mês de 2020. Pela segunda vez seguida, houve também alta na inadimplência.
O estudo revela que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 25,1% em junho, acima do nível de maio, porém 0,3 ponto percentual abaixo do apurado em junho do ano passado. Já a parcela das famílias que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que, portanto, permanecerão inadimplentes também aumentou de 10,5% para 10,8% na passagem mensal. O indicador está, entretanto, 0,8 ponto abaixo do observado em junho de 2020.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, explica que o orçamento das famílias na pandemia tem sido diretamente comprometido por fatores extras, como inflação mais elevada e o valor reduzido do auxílio emergencial. “Ainda que os indicadores de inadimplência se encontrem mais baixos na comparação anual, os números mostram que as famílias têm se endividado mais ao longo do ano para conseguir manter algum nível de consumo, respaldadas por uma frágil segurança no mercado trabalho, e diante de preços mais altos dos itens de primeira necessidade”, analisa.
Ainda de acordo com o levantamento, a proporção das famílias que se declararam muito endividadas segue aumentando desde março e chegou a 14,7%, o que representa a maior parcela desde julho do ano passado. Nesse cenário, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida, atingindo 81,8% do total de famílias. Crédito pessoal, carnês de lojas e financiamento de carro também se destacaram entre as modalidades mais procuradas em junho.
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