Produção industrial tem queda em 10 dos 15 locais pesquisados em junho
Texto: Redação Revista Anamaco
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje o resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional). De acordo com os dados apresentados, a produção industrial recuou em dez dos 15 locais analisados na passagem de maio para junho.
O levantamento mostra que as principais quedas foram no Paraná (5,7%) e no Pará (5,7%). Também teve grande influência no resultado o recuo em São Paulo (0,9%). Com o resultado de junho, cinco locais estão acima do patamar pré-pandemia: Minas Gerais (15,5%), Amazonas (9,4%), Santa Catarina (6,1%), Rio de Janeiro (4,2%) e São Paulo (3,4%). A pesquisa indica que desde que se iniciou a análise de comparação com o nível pré-pandemia, em julho de 2020, Minas Gerais é o único local que se mantém acima do patamar.
Já São Paulo entrou em setembro e, desde então, mantém-se. “A alta de maio aconteceu após alguma flexibilização das medidas de isolamento social em relação a abril, quando houve mais interrupções na cadeia produtiva por conta do acirramento da pandemia de Covid-19. Já o resultado de junho, mostrando estabilidade, demonstra, com mais realidade, o ambiente em que se encontra a indústria nacional”, afirma Bernardo Almeida, gerente da pesquisa.
Principal influência negativa e local com maior queda absoluta, o Paraná registrou recuo de 5,7%, o mais intenso desde abril de 2020 (-27,1%), no auge do fechamento das unidades industriais por conta da pandemia. O índice de junho, segundo o estudo, foi puxado pelo baixo desempenho do setor de veículos e do setor de derivados do petróleo. Foi a terceira taxa negativa seguida para o Estado do Sul, com perda acumulada de 10,2%.
O Pará empatou com o Paraná como local com maior queda absoluta e foi a terceira principal influência no resultado geral. A contribuição mais relevante para o recuo foi do setor de metalurgia. O setor de celulose, papel e produtos de papel e o setor de produtos minerais não-metálicos também contribuíram para a queda no Estado do Norte, que registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando perda de 7,9% no período.
Maior parque industrial do País, São Paulo foi a segunda principal influência de queda no mês, com retração de 0,9%, atribuída principalmente ao setor de veículos, atividade mais forte do Estado paulista. “O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também contribuiu, com desempenho abaixo”, acrescenta Almeida. Mesmo assim, o Estado encontra-se acima do patamar pré-pandemia.
Completam os locais com queda na produção em junho: Pernambuco (2,8%), Mato Grosso (1,9%), Espírito Santo (1,6%), Goiás (1,1%), Rio Grande do Sul (0,9%), Minas Gerais (0,6%) e Santa Catarina (0,3%).
Pelo lado das altas, destaque para a Bahia (10,5%) e para a Região Nordeste (6,4%), os maiores avanços em absoluto, além do Rio de Janeiro (2,8%), que por conta da importância, exerceu a maior influência nos resultados positivos da indústria. A pesquisa revela que, graças ao bom desempenho de metalurgia e do setor de derivados do petróleo no mês, o Estado fluminense assinalou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 10,3% no período.
Já a alta na Bahia, segunda maior influência, foi puxada pelo bom resultado do setor de derivados do petróleo, muito atuante dentro da indústria baiana. É a segunda taxa consecutiva para o Estado, com ganho acumulado de 11,1%.
Como o cálculo da Região Nordeste abrange todos os Estados, o desempenho positivo da Bahia também afetou o local, cuja alta teve influência, além do segmento de derivados de petróleo, também do setor de couro, artigos de viagens e calçados. Com o resultado positivo de junho, o Nordeste interrompe seis meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 21,1%. Amazonas (4,4%) e Ceará (3,8%) completam os locais com alta na produção industrial no mês.
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