Produtividade estável
Texto: Redação Revista Anamaco
A produtividade do trabalho da indústria de transformação brasileira permaneceu praticamente estável no segundo trimestre, cedendo 0,3% em relação ao primeiro trimestre, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado ocorre após o registro de queda de 1,4% no primeiro trimestre, quando a série apresentada pela pesquisa Produtividade na Indústria interrompeu a tendência de alta observada desde o segundo trimestre de 2023.
Samantha Cunha, gerente de Política Industrial da CNI, diz que a quase estabilidade do indicador, calculado como a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção, é explicada pelo ritmo semelhante de crescimento das variáveis que o compõem. O resultado se deu por aumento de 0,9% na produção e de 1,3% nas horas trabalhadas. “Esse comportamento reflete acomodação das horas trabalhadas, que cresceu a um ritmo menor do que o apresentado no primeiro trimestre do ano, acompanhada de manutenção do ritmo de alta da produção”, pontua.
O levantamento mostra, ainda, que a demanda interna por bens manufaturados tem aumentado nos últimos três trimestres, o que indica que há espaço para a produção industrial nacional seguir crescendo, visto que parte da demanda é atendida por importações, que vêm se ampliando. “Além disso, com os novos trabalhadores que vêm sendo contratados, a expectativa é de que, à medida em que sejam encerrados os ciclos de treinamento, haja crescimento do produto por trabalhador, resultando na melhoria do indicador avaliado”, frisa Samantha.
Também há sinais de recuperação do indicador, quando a produtividade é medida pelo número de trabalhadores. Nesse caso, a produtividade do trabalho cresceu 0,4%, no segundo trimestre do ano, em relação ao trimestre imediatamente anterior. É o melhor resultado do indicador desde o segundo trimestre de 2022.
De acordo com a gerente, as medidas recentes, anunciadas pelo Governo Federal, são importantes para uma trajetória sustentada de crescimento, pois criam melhores condições para as empresas investirem na modernização industrial. “É o caso das linhas de financiamento do eixo Indústria Mais Produtiva do Plano Mais Produção, do programa Brasil Mais Produtivo, no âmbito do plano Nova Indústria Brasil, e a recém regulada Lei de Depreciação Acelerada. Também concorre para o sucesso dessas medidas a garantia de um ambiente de negócios favorável ao investimento”, enfatiza Samantha.
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