Produtividade na indústria cai há um ano e meio
Texto: Redação Revista Anamaco
A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 1,5% no primeiro trimestre, na comparação com o último trimestre de 2021. O dado é medido pelo volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção. Na mesma base de comparação, as horas trabalhadas cresceram 2,2% acima do aumento registrado pelo volume produzido, 0,8%, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Com esse desempenho, esse é o sexto trimestre consecutivo de queda do indicador, que atingiu o nível mais baixo da série desde o terceiro trimestre de 2012. A pesquisa indica que a perda acumulada de produtividade chega a 10% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, última alta registrada, afastando-se, ainda mais, do nível anterior à crise de Covid-19.
Samantha Cunha, gerente de Política Industrial da CNI, explica que a queda na produtividade se deve a efeitos conjunturais. “As economias ainda se recuperam dos efeitos da Covid-19 e, agora, sofrem os impactos da guerra da Ucrânia.
No Brasil, a falta ou o alto custo da matéria-prima se tornou uma das maiores dificuldades da indústria desde o segundo trimestre de 2020, diante dos efeitos da pandemia. O início do conflito entre Rússia e Ucrânia intensificou os problemas das cadeias de suprimento, elevando as incertezas”, explica Samantha.
De acordo com a gerente, os impactos da guerra intensificam restrições de insumos para produção, afetam diversas cadeias produtivas como a de alimentos, eletrônica e automobilística, com desabastecimento ou aumento do custo de insumos. “Além disso, os recentes lockdowns nos principais centros de manufatura e comércio na China, tendem a agravar as interrupções de fornecimento nas cadeias produtivas”, avalia.