Projeto “Itinerários Amazônicos” é exemplo de boas práticas de educação
Texto: Redação Revista Anamaco
Presente em oito dos nove Estados por onde se estende a Amazônia Legal - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins -, o Itinerários Amazônicos tem por objetivo de oferecer formação e conhecimento aos professores da Amazônia e região.
Lançado em agosto de 2023, o programa foi selecionado como um dos cinco estudos de caso exemplares no mundo de Educação sobre Mudanças Climáticas, em um relatório encomendado pela Unesco e apresentado na Reunião Regional da Ásia e Pacífico ESD-Net 2030, em junho, na Indonésia.
Phil Lambert, professor e especialista em educação no mundo, que apoiou o Brasil na construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), destaca que há, relativamente, pouco conhecimento de como os jovens estão adquirindo e aplicando competências, como resolução de problemas, inovação, pensamento crítico e criativo, a partir de programas e abordagens sobre as mudanças climáticas.
Segundo ele, a educação para esse assunto foca, em sua maioria, em aquisição de conhecimento sobre ciclo de carbono, efeito estufa e gestão de recursos, em vez de abordar o que pode e deve ser feito em termos de comportamentos e de ação para mitigação e adaptação diante da crise climática. “Os Itinerários Amazônicos são um exemplo de boa prática tanto em relação ao diálogo proposto com o contexto local - da construção do documento ao tipo de conteúdo e atividades propostas - quanto aos recursos e aos esforços dirigidos à formação de professores com foco em metodologias ativas e no sentido do desenvolvimento de competências e habilidades para a ação efetiva”, afirma o professor.
Idealizado pelo Instituto Iungo, Instituto Reúna e Rede Uma Concertação pela Amazônia, com investimentos do BNDES, Fundo de Sustentabilidade Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e Vale, o programa já disponibilizou, gratuitamente, mais de 2.600 páginas de material curricular, com formação de mais de 55 mil professores, mais de 5.300 escolas impactadas, beneficiando a cerca de um milhão de alunos do Ensino Médio.
A iniciativa reúne redes estaduais de ensino e educadores em torno da complexidade amazônica e de questões locais, regionais, nacionais e globais que se relacionam, diretamente, com o desenvolvimento sustentável, oferece conteúdo sobre temas amazônicos em diálogo com as áreas de conhecimento previstas pela Base Nacional Comum Curricular e realiza a formação de professores para sua adoção nas salas de aula.
Além de promover a aprendizagem em contexto, o conteúdo e a formação têm foco no desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes para que possam agir diante das mudanças do clima.
Paula Marlieri, gerente sênior de Assuntos Externos da Hydro, observa que, para a Hydro, fazer parte de um projeto com a dimensão e a potência da educação na Amazônia é um compromisso com todos. “Essa junção de esforços é muito positiva para ações de grande relevância para a região. O mundo precisa saber e conhecer essa potência. Educar é mostrar a vida a quem ainda não viu”, finaliza.
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