Qualifica Já realiza curso para pessoas em situação de vulnerabilidade em São Paulo
Texto: Redação Revista Anamaco
Em uma ação conjunta entre o Sindicato Empresarial do Comércio Atacadista e Distribuidor de Material de Construção, Material Elétrico e Energia Elétrica no Estado de São Paulo (Sincomaco), a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de São Paulo e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o projeto "Qualifica Já" realizou, em abril, o curso de Pintor de Obras - Nível Básico para pessoas em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo.
José Carlos de Araújo, diretor de Formação Profissional do Sincomaco, conta que a entidade realiza, há algum tempo, alguns programas sociais em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Segundo ele, desde o começo deste ano, o Sindicato vinha ensaiando um trabalho de formação profissional para os moradores em situação de rua. “O Qualifica Já é um programa de cursos rápidos que, além de formação técnica, permite aos formados ir para o mercado de trabalho. A Prefeitura quer, não apenas cuidar dos moradores de rua - que agora são chamados de Pop Rua - com acolhimento, mas oferecer, para quem estiver interessado em formação técnica, o curso de pintor de obras”, explica.
A primeira turma formou 10 alunos (dos 18 que iniciaram), sendo quatro mulheres e seis homens. “Minha expectativa era de que houvesse uma evasão de 30% mas, como os Pop Rua atuam em outras frentes na capital e o curso era em período integral, alguns não terminaram. Com essa experiência, devemos ajustar o próximo, que deverá ter duração de 20 dias, mas ser realizado em meio período”, explica Araújo.
O curso, ministrado por Israel Bernardo, instrutor técnico contratado pelo Sincomaco, teve duração de 10 dias, com 100 horas, sendo 20h de aulas teóricas e 80h práticas, resultou na revitalização de 52 leitos do Centro de Acolhida Especial (CAE) para Idosos "Morada São João”, localizado no bairro dos Campos Elíseos, no centro de São Paulo, e beneficiou aos 210 idosos que utilizam o abrigo.
A iniciativa contou, ainda, com a parceria de empresas como Coral, Atlas, Construjá, Cofema e Nicom, que colaboraram com a doação de tintas e material para pintura.
Depois da primeira experiência, Araújo comenta que a ideia é gerar mais algumas turmas do módulo básico e levar os formandos para o mercado de trabalho. “Vamos tentar inseri-los em construtoras como pintor iniciante. Há uma carência de mão de obra qualificada. Quando temos alguém com 100 horas de pintura, isso interessa para a construtora e para o canteiro de obras”, destaca.
Araújo antecipa que a meta é fazer o projeto crescer com a inclusão de cursos intermediários, que vão além da pintura básica. Dessa forma, no futuro, os participantes deverão aprender sobre pinturas de efeitos especiais, texturização e pátina. “Tudo ainda é um começo, mas na próxima semana deveremos definir as próximas datas. Acredito que a nova turma deverá ser formada em junho com 20 pessoas - 10 homens e 10 mulheres. A Secretaria do Trabalho também está entrando como parceira”, diz.
O diretor avalia como positiva a primeira iniciativa. Segundo ele, o empenho dos participantes em querer conhecer o sistema básico de pintura foi muito bom. “Eles não sabiam pintar nada e entregaram os leitos pintados e revitalizados. Foi uma experiência muito bacana e desafiadora, mas motivante. Foi bom ver os Pop Rua com vontade de sair dessa situação de morar em abrigos e tentar fazer da pintura uma profissão ou algo que possa colocá-los em outro patamar de vida. É uma oportunidade de recomeço”, finaliza.
Fotos: Divulgação