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A Eucatex acaba de divulgar o seu desempenho no primeiro trimestre deste ano. Mesmo diante da desaceleração do mercado, os negócios da empresa registraram crescimento de 4,2% na receita líquida de janeiro a março em comparação com igual período de 2013, atingindo R$ 263,4 milhões.
O segmento no qual a empresa está inserida - painéis de madeira, tintas e vernizes, pisos laminados, divisórias e portas - apresentou desaceleração nos três primeiros meses do ano, causando um desajuste entre a oferta e a demanda, que teve como principal consequência o não repasse aos preços dos elevados aumentos de custos ocorridos no período.
Principalmente por esse motivo, o lucro líquido recorrente da Eucatex somou R$ 17,3 milhões no período, ou seja, uma redução de 22,6% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. "A elevação nos custos dos insumos dolarizados, iniciada com a desvalorização do Real no último trimestre de 2013, impactou negativamente os resultados da companhia, sobretudo no setor de madeira, uma vez que um dos principais insumos, a resina ureia formol, apresentou aumento médio acima de 10% somente no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre do ano passado", explica José Antonio Goulart de Carvalho, diretor Vice-Presidente Executivo e de Relações com Investidores.
Os resultados da Eucatex refletem o momento vivido pelo setor. O crescimento das vendas de painéis de madeira (MDP, MDF e Chapa de Fibra) foi de apenas 2,4%. No segmento de material de construção, o incremento foi ainda mais modesto, registrando 0,9%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
A expectativa para o ano, entretanto, é de reversão desse quadro e a projeção de crescimento da Abramat para 2014 se mantém em 4,5%. "As obras de infraestrutura, a conclusão das obras da Copa, a retomada dos lançamentos e a continuidade dos financiamentos, tanto para construção quanto para reformas, deverão contribuir para o desempenho do setor", afirma Carvalho.
Ele lembra que o segmento de painéis, principalmente através da indústria moveleira, deverá ainda se beneficiar do crédito, sobretudo pelo programa governamental em curso, Minha Casa Melhor. As vendas do segmento madeira registraram leve queda de 1,4%, refletindo o desempenho das vendas da linha de T-HDF/MDF, abaixo das realizadas em igual período do ano passado. Entretanto, cabe ressaltar que a produção foi superior, resultando na formação de estoques.
Já as vendas físicas de tintas cresceram 10,6% no trimestre, enquanto o mercado apresentou um aumento de 2,9% no mesmo período, segundo informações da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). "Temos focado nossos esforços no lançamento de novos produtos e na melhoria do relacionamento com os clientes para sustentar o crescimento em patamares acima do mercado", ressalta o diretor.