Recuperação do emprego desacelera
Texto: Redação Revista Anamaco
Os Indicadores Industriais, calculados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram desaceleração no crescimento da indústria de transformação no terceiro trimestre. Na avaliação de Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da entidade, esse quadro é resultado da alta de juros, da inflação, da falta de insumos e da crise hídrica. “A economia continua em trajetória de normalização com o avanço da vacinação. A indústria poderia estar em melhor momento, mas essa série de problemas traz insegurança e trava a atividade”, explica.
O estudo revela que o faturamento real recuou 1,5% em setembro frente a agosto, na série livre de efeitos sazonais. O resultado, de acordo com a entidade, segue a tendência de retração observada desde o início do ano. O faturamento vinha alternando altas e baixas, com as últimas mais acentuadas, mas na primeira vez do ano o faturamento caiu por dois meses consecutivos. No último bimestre, essa queda 6,3%. No acumulado de janeiro a setembro, a retração alcança 9,0%.
A pesquisa mostra, ainda, que as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,7% em setembro sobre agosto. É o primeiro crescimento desde janeiro. Este ano, o índice vinha alternando pequenas variações negativas com meses de estabilidade, com a exceção dos meses de abril e maio, com quedas mais significativas. No acumulado até setembro, o recuo é de 2,9%.
Já o emprego ficou no mesmo nível de agosto. Com isso, foi consolidada a desaceleração das contratações pela indústria, apontada no mês anterior, que teve aumento de apenas 0,1%. No ano, cresceu 3,7%.
A pesquisa indica, ainda, que, no mesmo sentido, a massa salarial elevou-se em 0,2% em setembro, frente a agosto. O crescimento vem após a alta de 0,7% no mês anterior. Com isso, retorna ao nível de fevereiro de 2021, mostrando estabilidade do indicador no ano, apesar da volatilidade.
O rendimento médio real apresentou o mesmo valor observado em agosto. Apesar da estabilidade, o rendimento vem sofrendo quedas sucessivas ao longo de 2021, e acumula retração de 2,6% entre janeiro e setembro.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, caiu 0,2 pontos percentuais em relação a agosto. Apesar de essa ser a terceira queda seguida do indicador, ele permanece em patamar alto, acima de 80%.
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