Redução na intenção de consumo - Revista Anamaco

Pesquisa

Redução na intenção de consumo

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,6% em outubro, descontados os efeitos sazonais. Esse foi o quarto resultado negativo consecutivo e o mais intenso no período.
O estudo mostra que todos os componentes tiveram queda, com exceção da Perspectiva Profissional, que não apresentou alterações. O Momento para Duráveis teve a maior redução da sua taxa, apresentando uma redução anual igual à sua redução no último mês: 1,8%.
Na análise geral, o Emprego Atual é o item com maior pontuação na ICF, o que demonstra a satisfação dos trabalhadores. Em outubro, a Perspectiva Profissional dos consumidores foi o único item que não obteve redução na comparação mensal, mantendo o menor saldo desde junho de 2023. A Renda Atual - ICF continuou avançando (3,7%) como a maior variação anual dentro de todos os componentes.
No entanto, a Perspectiva Profissional recuou 4,1% no ano, sugerindo maior cautela em relação à empregabilidade futura. Na comparação mensal, o Nível de Consumo Atual - ICF também caiu, assim como o Emprego Atual.
O estudo mostra, ainda, queda de 4,2% na Perspectiva de Consumo, o que reflete um cenário econômico desafiador, marcado pelo aumento da Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que iniciou um novo ciclo de alta dos juros.
Com a Selic mais alta, o custo do crédito aumenta, o que explica também a queda do Acesso ao Crédito e, além disso, pode desestimular o consumo das famílias. As incertezas em relação aos ajustes que serão feitos pelo governo para se enquadrar no Arcabouço Fiscal também geram um clima de apreensão entre os consumidores, com a possibilidade de ajustes de gastos públicos e arrecadação.
Esses fatores impactam, diretamente, a expectativa de consumo. Quando os consumidores estão inseguros quanto à sua situação profissional e financeira futura, tendem a reduzir o Consumo Atual - ICF. O consumidor, portanto, se torna mais seletivo nas suas compras, e as instituições financeiras mais seletivas em relação aos critérios de risco de seus tomadores, reduzindo o potencial de consumo.
Dessa forma, a intenção de consumir em outubro diminuiu em ambas as faixas de renda analisadas, com retração de 0,8% da percepção das famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos tiveram queda de 1,0%. Com isso, a Perspectiva de Consumo - ICF teve uma redução mais intensa dentre as famílias com maior renda (-1,5%), contra -0,5% na percepção das famílias de menor renda.
No Momento para Duráveis - ICF, o movimento também foi de retração em ambas as faixas de renda, com aquelas com maior renda apresentando queda de 2,7% nesse item, enquanto as consideradas mais pobres apresentaram queda de 1,6%, revelando menor estabilidade no mercado de duráveis para quem recebe maiores salários.
As famílias com rendimento abaixo de 10 SM tiveram queda de 0,2% no subindicador Perspectiva Profissional - ICF, enquanto aquelas com maior renda mostraram avanço de 0,5%. Com isso, as famílias com menor renda mostram-se mais cautelosas em relação ao seu futuro profissional.

Foto: Adobe Stock

Redução na intenção de consumo
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