Reflexos no comércio persistem
Texto: Redação Revista Anamaco
A Cielo acaba de divulgar os resultados do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) referentes a março. De acordo com o estudo, desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo, pouco mais de um ano após o primeiro caso de coronavírus no País, os impactos da pandemia sobre o comércio persistem.
A pesquisa revela que, no mês, as vendas no varejo no recuaram 10,1%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo período de 2020. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observada pelo varejista, o ICVA registrou retração de 0,3%. O estudo mostra que, se desconsiderados os efeitos de calendário, a queda nas vendas é maior e chega a 11,6%, descontada a inflação. Em termos nominais, com os ajustes de calendário, a queda foi de 2,0%.
Nesse cenário, os setores que apresentaram maiores desacelerações em relação ao ritmo de fevereiro foram Vestuário e Supermercados e Hipermercados. Já Turismo e Transportes e Postos de Combustíveis registraram aceleração. “Completamos um ano de pandemia no Brasil com seus efeitos ainda refletidos no comportamento do varejo. Apesar da aceleração do índice, quando comparado aos meses anteriores, esse resultado não necessariamente está relacionado a uma melhora no comércio, visto que, a partir de março, os meses usados como base de comparação também foram impactados pela crise sanitária”, explica Pedro Lippi, líder de Inteligência da Cielo.
Segundo ele, na visão setorial destacam-se os setores de Drogarias e Farmácias, Material de Construção e Serviços Automotivos com altas em comparação ao mesmo período de 2020.
De acordo com o indicador deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões do País, com exceção da Norte (com alta de 0,5%), apresentaram retração na passagem mensal. No Nordeste, a queda foi de 11,1%, seguido pelo Sudeste (-10,9%), Sul (-9,7%) e Centro-Oeste (-9,4%).
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, e com ajuste calendário, as únicas regiões com variações positivas foram Norte (+10,7%) e Centro-Oeste (+2,1%). As demais apresentaram quedas: Sudeste (-3,8%), Nordeste (-2,6%) e Sul (-1,2%).
O levantamento apurou, ainda, que as vendas nos três primeiros meses do ano, descontada a inflação e sem ajustes de calendário, registraram queda de 13,4% ante igual período de 2020. Em termos nominais, também sem efeitos de calendário, o recuo foi de 5,7%.
O ICVA acompanha, mensalmente, a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos a grandes varejistas. Eles respondem por 1,5 milhão de lojistas credenciados à companhia.
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