Roca Brasil Cerámica entrega ao governo estudo sobre o preço do gás no País
Texto: Redação Revista Anamaco
A Roca Brasil Cerámica, empresa pertencente ao Grupo mexicano Lamosa e detentora das marcas de revestimentos Roca Cerámica e Incepa, entregou a Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, uma demanda relevante que, de maneira geral, afeta o setor industrial brasileiro, inclusive o cerâmico: o preço do gás natural.
O documento foi entregue, em mãos, durante um evento sobre Reforma Tributária e os planos do governo para a indústria brasileira que aconteceu em Curitiba (PR), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).
À frente da pasta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alckmin ouviu o apelo e manifestou ter consciência sobre o assunto que afeta diversos outros setores da economia e quanto à necessidade de uma revisão na política de preços do gás natural.
Localizada no Paraná e com parques fabris nas cidades de Campo Largo e São Mateus do Sul, a empresa iniciou a pauta no âmbito estadual, quando levou ao governo as dificuldades de atuar no Estado com a maior tarifa de gás praticada em todo Brasil.
No material realizado pela empresa, um estudo detalhado apresenta o comparativo sobre o custo do gás natural no Brasil e os valores praticados no México, Estados Unidos e países do continente europeu.
Sergio Wuaden, diretor Geral da Roca Brasil Cerámica, lembra que, nos últimos anos, as altas do gás natural impactaram o mercado global, especialmente com o ataque russo à Ucrânia. Entretanto, em 2023, o cenário internacional presencia um rápido movimento rumo à normalidade. “Infelizmente, esse declínio não foi sentido nos preços cobrados no Brasil que, majoritariamente, é atendido pela Petrobras”, afirma o executivo, acrescentando que, na curva de redução europeia, verificou-se uma queda na ordem de 70%, enquanto no País os valores seguem em patamares elevados e com uma lenta tendência de baixa.
Outro comparativo reforça o contexto adverso enfrentado pelas indústrias: o preço no Brasil chega a ser cinco vezes superior ao aplicado nos Estados Unidos e México e, em relação à América do Sul, a indústria nacional paga um montante até três vezes maior.
O diretor frisa que, dentro do mercado cerâmico, a indústria vivencia os impactos das tarifas do gás natural, que chega a representar entre 20% e 30% no custo total de produção. Reconhecido como o 3º maior produtor de cerâmica global, o 2º maior mercado consumidor e na 7ª posição no ranking de exportações, empresas como a Roca Brasil Cerámica sofrem com o impacto da concorrência internacional. “No mercado brasileiro, vivemos um momento de retração nas exportações, com quedas significativas em 2022 e nesse primeiro semestre de 2023. Já estamos percebendo uma forte pressão de produtos importados que poderão substituir produção nacional”, alerta Wuaden.
Essa preocupação espelha os temores do segmento de cerâmica como um todo. “O acesso da indústria ao gás natural a preços competitivos dará à cerâmica produzida no Brasil, que é reconhecida pela alta tecnologia, qualidade e inovação empregadas para a fabricação dos nossos produtos, além de condições de competitividade no mercado internacional”, conclui.
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