Só está confuso no Brasil quem está bem informado - Revista Anamaco

Por Claudio Conz

Só está confuso no Brasil quem está bem informado

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CLAUDIO CONZ, Presidente executivo da FBM - Fundação Brasileira de Marketing

Nos últimos anos, o consumo excessivo de informações tem se mostrado um dos principais fatores associados ao aumento da ansiedade. Com impressionantes 8,5 bilhões de buscas realizadas no Google diariamente, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em tempo médio diário conectado, com 9 horas e 13 minutos. Essa hiperconexão contribuiu para um aumento de 25% nos transtornos de ansiedade durante a pandemia, evidenciando a importância de priorizar a saúde mental.
Embora o cenário atual seja desafiador, milhões de brasileiros vêm sendo tirados da miséria por meio de programas sociais e pelo aquecimento da economia, que gera emprego e renda.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil surpreendeu positivamente, crescendo 0,9% no último trimestre, com projeções que podem alcançar 3,4% em 2024. Esse crescimento impacta a geração de emprego e renda, criando um círculo animador, embora não exatamente virtuoso. O desafio permanece em conter a inflação e os juros, acalmar o mercado e baixar o dólar.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Brasil teve, em 2023, os menores níveis de pobreza desde 2012. Embora ainda existam 59 milhões de pobres - sendo 9,5 milhões na extrema pobreza -, houve uma redução de 8,7 milhões e 3,1 milhões em um ano, respectivamente.  Embora falte muito, o País avança.
Essa dinâmica econômica e social pode impactar, diretamente, o gestor responsável pelo comércio de material de construção. Com a recuperação econômica e o aumento da geração de empregos, a demanda por material de construção tende a crescer, pois mais pessoas têm acesso a recursos para reformas e novas construções. No entanto, essa mesma figura gerencial deve estar atenta aos ruídos e críticas que permeiam o ambiente econômico.

Embora marcar ciclos seja humano e importante, o excesso de notícias negativas pode desviar nosso foco dos afetos e da realidade não mediada. Um ponto crucial é o impacto da negatividade em nosso dia a dia

A percepção negativa sobre o governo e as preocupações com inflação e juros podem influenciar a confiança do consumidor, afetando as vendas. Além disso, a sobrecarga de informações e a negatividade que permeiam o cotidiano podem gerar um ambiente de incerteza que, se não for bem gerenciado, pode levar a decisões precipitadas.
O gestor precisa estar preparado para adaptar suas estratégias de vendas e marketing, buscando entender as necessidades reais dos clientes, em vez de se deixar levar pelo pessimismo, que pode ser amplificado nas redes sociais. A sobrecarga de informações pode intensificar esse mal-estar contemporâneo, especialmente em períodos festivos. O fim de ano, que deveria ser um tempo de celebração, muitas vezes, transforma-se em um momento de pressão emocional. Essa época nos leva a refletir sobre nossas ações e omissões, um processo que pode ser desgastante.
Embora marcar ciclos seja humano e importante, o excesso de notícias negativas pode desviar nosso foco dos afetos e da realidade não mediada. Um ponto crucial é o impacto da negatividade em nosso dia a dia.
O mundo e as opiniões ruins são as que mais engajam, distorcendo nossa percepção e aumentando a sensação de descontentamento. Para enfrentar essa realidade, é fundamental praticar a “blindagem emocional”. Isso não significa abandonar as redes sociais ou parar de consumir notícias, mas sim evitar que essas informações ganhem um peso desproporcional em nossas vidas.
Além disso, o deslocamento das referências do convívio humano para o consumo digital é uma fonte significativa de angústia. As relações interpessoais estão sendo comprometidas por debates ideológicos e desentendimentos sobre temas globais. É importante questionar se vale a pena cancelar amizades por conta de opiniões divergentes, especialmente quando essas opiniões são influenciadas por informações filtradas.
Nesse contexto, é necessário adotar uma nova abordagem: “olhar para a própria vida antes de mergulhar nas grandes crises globais”. A reflexão deve ser sobre nossas ações em esferas pessoais.  Perguntas como “fui bom para meus amigos, minha família, no meu trabalho?” são essenciais. Se a resposta for sim, “o mundo está melhor”.  Se não, a responsabilidade de fazer diferente está em nossas mãos.
Essa reflexão é um convite a priorizar as relações reais e a saúde mental em um mundo saturado de informações.  O equilíbrio entre o que consumimos e como nos relacionamos pode ser a chave para um viver mais pleno e significativo.
Para o gestor de material de construção, essa abordagem pode se traduzir em estratégias mais eficazes, que considerem tanto as tendências do mercado quanto o bem-estar emocional dos clientes e principalmente da equipe , promovendo um ambiente  mais saudável e produtivo.

“Continuar a avançar, poderosamente, em direção ao futuro com esperança brilhante, não importa o que aconteça - isso, em si, é vitória”  Daisaku Ikeda 

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