SP mantém quarentena até 31 de maio - Revista Anamaco

Covid-19

SP mantém quarentena até 31 de maio

Texto: Redação Revista Anamaco

Após apresentar, em 28 de abril, o Plano São Paulo que poderia flexibilizar a abertura da economia no Estado a partir deste mês de maio, o governador de São Paulo, João Doria anunciou hoje - dia 08-  a manutenção da quarentena até 31 de maio.
Segundo Doria, a decisão tem como base o cenário desolador em que vivemos. “Queremos, em breve, anunciar a retomada gradual da economia, como está previsto no Plano São Paulo. “Quando o sistema de saúde entra em colapso, paralisa tudo. Ele aumenta o medo, a insegurança e o número de mortes. O Brasil hoje é um País triste. O medo é o pior conselheiro da economia. Prejudica o consumo, afugenta investimentos e ataca os empregos”, lamentou.
O governador, entretanto, destacou que a quarentena está salvando vidas em São Paulo e em outros Estados brasileiros. De acordo com ele, vários estudos mostram como o isolamento social evita a difusão do coronavírus. “Dados da Universidade de São Paulo mostram que, em São Paulo, estamos salvando 51 vidas todos os dias. Esse número é reflexo do isolamento e das iniciativas implementadas pelo governo e pelos prefeitos”, revelou.
Doria pediu respeito à vida e à orientação de isolamento. Ele reforçou que o pior cenário é o que alia mortes e recessão. Voltou a dizer que adotar a quarentena não foi tarefa fácil, mas que é necessário para proteger vidas no momento mais crítico e mais difícil da história do Brasil.
O governador reforçou que nenhum país do mundo conseguiu relaxar as medidas de isolamento social com a curva de contaminação em alta. E os números de São Paulo, em abril, comprovam que este não é o momento de afrouxar as medidas. No mês, foi de 3.300% o ritmo de crescimento dos casos de coronavírus no interior e no litoral. Na região metropolitana, esse percentual foi de 770%, “Estamos atravessando o pior momento desta pandemia. Só não vê quem está cego pelo ódio e pela ambição pessoal”, frisou.

Dados da Universidade de São Paulo mostram que, em São Paulo, estamos salvando 51 vidas todos os dias. Esse número é reflexo do isolamento e das iniciativas implementadas pelo governo e pelos prefeitos

Na sua análise, autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e a recuperação econômica. “Retornaremos, sim. Na hora certa, da forma correta e respeitando a ciência. Esse momento triste vai passar se todos ajudarem e estiverem conscientes dos riscos que estamos correndo”, comentou.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, explicou que são unânimes as opiniões dos membros do Centro de Contingência de que o prolongamento do período de afastamento social é necessário.  Segundo ele, os pré-requisitos que indicam a possibilidade de relaxamento da quarentena são: redução sustentada de novos casos da doença por 14 dias, taxa de ocupação de leitos de UTI inferior a 60% e a taxa de isolamento social de, pelo menos, 55%. “Não descartamos medidas mais restritivas no Estado. O lockdown não está descartado, mas isso depende da população  seguir a orientação e não sair de casa sem necessidade”, reforçou o governador.
Ana Carla Abrão, economista e coordenadora do Conselho Econômico do Estado de São Paulo e do Plano São Paulo, por sua vez, reforçou que o plano está pronto para ser colocado em vigor quando os indicadores de saúde determinarem que é o momento correto e seguro.
Segundo ela, os setores serão priorizados de acordo com a vulnerabilidade econômica e empregatícia e antecipou que a flexibilização será feita em fases. “Precisamos garantir empregos no nosso País e garantir que os setores informais sejam os que conseguirão voltar à normalidade de forma prioritária”, enfatizou.
A economista apresentou 15 setores que estão mais críticos do ponto de vista de vulnerabilidade econômica, como serviço doméstico, academia e beleza, economia criativa, comércio, construção civil, alimentação, bares e restaurantes. “Eles receberão um foco especial, com nível de detalhamento maior para garantirmos uma saída gradual, responsável, organizada e, acima de tudo, efetiva do ponto de vista econômico”, explicou.

Foto: Reprodução Internet

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