Perfil de Líderes

Atlas reestrutura seu portfólio, com segmentos específicos para casa e construção, o que exige novos investimentos, mas permite crescimentos mais significativos

*Máster: empresa foi primeira colocada nas categorias Pulverização e Grandes Clientes

Texto: Redação Revista Anamaco
Fotos: Divulgação

Estacionar e esperar o mercado melhorar nunca foi opção para a Atlas. Ao contrário. Ainda que a demanda esteja abaixo do desejado desde o segundo semestre de 2022, a empresa mantém-se ativa no propósito de crescer e aprimorar o negócio. Para tanto, as estratégias são diversas. O diretor geral da companhia, Márcio Atz, explica que, neste ano, o mercado vem oscilando mês a mês, com queda no volume de vendas, o que exigiu adequações, como a reorganização de processos e saneamento de estoques de embalagens e matérias-primas.
No entanto, a empresa registrou crescimento modesto nos resultados em decorrência das novas linhas de produtos, incluídas no portfólio, como máquinas elétricas e produtos para o lar - que antes compunham a marca Primafer, hoje Atlas Casa -, com crescimento bastante expressivo.
O executivo considera esse cenário uma continuidade da conjuntura observada em 2022. “Os primeiros seis meses vieram dentro da expectativa, mas depois houve muita incerteza e os consumidores fizeram só o essencial. Algumas regiões, como o Centro Sul, teve uma travada que seguiu até o início deste ano. Os consumidores e varejistas estiveram muito cautelosos, com redução dos níveis de estoque”, afirma. “Simultaneamente, a deflação das matérias-primas no final do ano passado agravou o processo de desestocagem e houve uma queda grande em volumes até metade de 2023”, completa, com resultados abaixo da meta.
Os investimentos planejados, por sua vez, foram realizados. Um dos projetos foi a conclusão da fábrica de assentos sanitários no ano passado. Neste ano, estão mais voltados à aquisição de tecnologias, máquinas e equipamentos, robotização de processos, além de lançamentos de produtos com introdução de novas categorias. “Nosso negócio está bastante movimentado”, garante.

 APORTES DIRECIONADOS Os investimentos planejados foram realizados. Um dos projetos foi a
conclusão da fábrica de assentos sanitários no ano passado

Mesmo com todas essas iniciativas, Atz mostra-se preocupado com o segundo semestre, pois os revendedores ainda demonstram bastante cautela. A expectativa é que, a partir deste último trimestre, o mercado se aqueça, com a estabilização do ciclo de deflação e com a sazonalidade, que favorece a pintura e arrumação do lar nesta época do ano. “Deveremos ter menos oscilações negativas do que em 2022, com o mercado voltando a uma curva crescente e orgânica, como ocorria em 2018 e 2019”, comenta.
Confiante nos próximos anos, o diretor da Atlas conta que a empresa está preparada para o aumento da demanda. Além das melhorias estruturais, a companhia reorganizou os segmentos de produtos, agora divididos em Atlas Pintura e Construção, com as linhas de itens para pintura, máquinas elétricas e abrasivos, e a Atlas Casa, com soluções funcionais para casa e acessórios, que antes levavam a marca Primafer.
A mudança tem ocorrido gradualmente, tendo em vista que ainda há produtos com a antiga marca em estoque em alguns revendedores, e tem exigido grande trabalho de marketing. “A expectativa é que o portfólio cresça significativamente, sempre defendendo o core business (ramo de atividade) e a nova vertente para casa, que cresceu 28% neste ano”, destaca o executivo.
Esse realinhamento permite, ainda, que as ações sejam dimensionadas de forma mais assertiva para o público de cada segmento: os profissionais do setor com a marca Atlas Pintura e Construção, e o consumidor final que busca organização e decoração do lar, com a Atlas Casa.
O incremento observado com a nova marca deve-se, também, às mudanças permitidas com a restruturação. A capilaridade da Atlas no escoamento dos produtos possibilitou a distribuição mais ampla, atingindo um nível de crescimento até então não alcançado. Para isso, a empresa utiliza sua malha de clientes varejistas, distribuidores e atacadistas e, claro, a força da equipe de vendas. A ampliação da linha de produtos, inclusive, é um dos destinos dos investimentos da empresa, neste ano e em 2024, além das melhorias contínuas realizadas regularmente.
A Atlas, hoje, exporta seu portfólio para 54 países, mesmo com as dificuldades resultantes das oscilações cambiais e do mercado de grande competitividade. “Temos sucesso com redes americanas, mas é um processo lento que nos obriga a termos cautela”, explica. Para o diretor da companhia, o mundo está instável e exige atenção por parte da empresa e planejamentos mais cuidadosos.

 MÁRCIO ATZ Deveremos ter menos oscilações negativas do que em 2022, com o mercado voltando a uma curva crescente e orgânica