Por Claudio Conz

Claudio Conz, presidente Executivo da FBM  Fundação Brasileira de Marketing

As empresas que se adaptarem, rapidamente, às nuances trazidas pela Reforma Tributária estarão em uma posição de vanguarda no mercado. A simplificação do sistema tributário pode não apenas impulsionar o crescimento do setor, mas também reduzir a informalidade e atrair investimentos.
A Reforma Tributária, consagrada pela Lei Complementar 214, não é apenas uma mudança; é um divisor de águas para o intricado mosaico tributário brasileiro. Com impactos que reverberam em todos os setores da economia, o comércio de material de construção não escapa à sua influência.
A transição para o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) exige não apenas uma leitura atenta das novas diretrizes, mas uma verdadeira metamorfose estratégica por parte das empresas envolvidas. 

O Impacto no Comércio de Material de Construção

Neste cenário, o setor de material de construção, conhecido por sua intrincada cadeia de suprimentos e uma vasta gama de produtos, enfrenta um novo desafio. A substituição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Serviços (ISS) pelo IBS, assim como a troca do IPI, PIS e Cofins pela CBS, fará com que as empresas reajam com agilidade e astúcia, revisitando processos cruciais como precificação, gestão de estoque e a emissão de notas fiscais.

Complexidade da Transição

A coexistência do sistema atual com o novo modelo durante a fase de transição pode se transformar em um campo minado, repleto de confusões e um acréscimo na carga administrativa que as empresas terão de suportar.

- Gestão de Créditos: A nova regra, que impõe que apenas os que efetivamente quitaram o tributo possam usufruir do crédito, demanda um controle meticuloso das operações e uma comunicação fluida com fornecedores e clientes.

- Plataforma Unificada: A implementação de uma plataforma integrada para a apuração do IBS e da CBS não é apenas uma necessidade; é um investimento em tecnologia e na capacitação da equipe que não pode ser adiado.

- Oportunidades de Eficiência: Embora o labirinto tributário se torne mais simples, a promessa de redução da burocracia e dos custos de conformidade pode liberar recursos valiosos para novos investimentos e crescimento.

Preparando o Cenário para o Futuro

Para que a transição ocorra de forma fluida e para que as oportunidades da Reforma Tributária sejam aproveitadas ao máximo, as empresas do setor de material de construção devem adotar uma postura proativa e vigilante:

- Revisão de Sistemas: É crucial atualizar sistemas contábeis e fiscais, assegurando a integração com a nova plataforma e a correta apuração dos tributos.

- Capacitação da Equipe: Investir no treinamento da equipe jurídica e contábil é vital para interpretar as novas normas e garantir a conformidade tributária.

- Análise Financeira: Avaliar, minuciosamente, os impactos da Reforma nos preços, contratos e fluxo de caixa, ajustando estratégias de precificação e gestão financeira é uma tarefa imperativa.

- Planejamento Estratégico: Desenvolver um plano de transição meticulosamente elaborado, que contemple diferentes cenários e mitigue riscos, é essencial para navegar por essa nova realidade.

- Monitoramento Constante: Acompanhar, de perto, as atualizações legislativas e as orientações do Comitê Gestor é fundamental para garantir a conformidade contínua.

Embora a Reforma Tributária apresente uma série de desafios, as oportunidades que surgem para o setor são promissoras. Com um planejamento estratégico robusto, investimentos em tecnologia e um foco na capacitação da equipe, as empresas poderão edificar um futuro mais eficiente e competitivo, moldando assim o cenário que se descortina à sua frente.

“O caminho de seguir os próprios princípios é sempre bloqueado por obstáculos assustadores. Mas é somente superando esses impedimentos que podemos abrir novos caminhos” - Daisaku Ikeda