Trajetória de queda
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 1,5% entre setembro e outubro, ao passar de 103 para 101,5 pontos, o menor nível desde abril de 2009. No período, houve piora da satisfação com a situação presente e com as expectativas em relação aos meses seguintes.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,9%, para 101,8 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,6%, passando a 101,6 pontos. “Com o resultado de outubro, o índice retoma a trajetória declinante iniciada em novembro do ano passado - que havia sido temporariamente interrompida em julho. A preocupação com o mercado de trabalho e a inflação ainda parecem ser dominantes nas avaliações dos consumidores”, afirma Viviane Seda, coordenadora da pesquisa da FGV/Ibre.
A principal influência para a queda do ICC neste mês foi a avaliação negativa em relação à situação financeira da família no momento. O indicador que mede o grau de satisfação com as finanças pessoais recuou 2,3% em comparação a setembro e 3,4% no trimestre, atingindo 104,3 pontos. Nesse cenário, a proporção de consumidores que avaliam a situação atual como boa diminuiu de 20,7% para 19,2%, enquanto a dos que a julgam ruim aumentou de 13,9% para 14,9%.
Com relação às perspectivas, o ânimo em relação à compra de bens duráveis voltou a cair, após um breve ensaio de recuperação em setembro. O indicador que mede a intenção de compras desses itens nos seis meses seguintes recuou 3,6% para 81,1 pontos. A parcela de consumidores projetando maiores gastos diminuiu de 14,3% para 14,1% e a dos que preveem menores gastos avançou de 30,2% para 33%.
A Sondagem de Expectativas do Consumidor é feita com base numa amostra com cerca de 2.100 domicílios em sete das principais capitais brasileiras.