Unecs destaca a urgência de acesso ao crédito
Texto: Redação Revista Anamaco, com informações do Portal da Unecs
Os empresários da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) reuniram-se, virtualmente, em 20 de maio, com membros da Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS) para debaterem os impactos e as soluções para a crise da Covid-19 para o setor. O evento reuniu cerca de 60 deputados e senadores, integrantes da FCS, e os temas que envolvem a concessão de crédito dominaram a conversa.
Na avaliação do deputado Efraim Filho (DEM/PB), presidente da Frente Parlamentar, o governo precisa chamar para si a garantia de crédito para a micro e pequena empresa, com a contribuição do Congresso Nacional, que também deve assumir as responsabilidades em torno da questão. “Sabemos que não é simples, mas que é uma decisão técnica e política, porque se não fizermos isso hoje, amanhã esse recurso terá que chegar como socorro emergencial, sem nenhuma garantia de retorno do recurso”, disse.
O parlamentar lembrou que o setor de comércio e serviços é o que mais gera emprego e paga imposto no Brasil e que é essencial desburocratizar, simplificar procedimentos e procurar alternativas aos bancos para que o socorro chegue ao empresário. “Não adianta querer fazer economia financeira, agora, para depois ter de gastar mais. Precisamos salvar as empresas, para que mantenham as portas abertas e a retomada seja mais fácil”, completou.
Citando exemplos de programas de crédito de países como Estados Unidos e Suiça, George Pinheiro, presidente da Unecs e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), salientou que as exigências das instituições bancárias têm sido o principal entrave para o alcance dos valores já disponibilizados, e que a alternativa para evitar um colapso é o governo assumir os riscos e as garantias para a concessão de crédito. “Os empresários precisam de dinheiro em caixa para conseguirem sobreviver e retomar suas atividades quando autorizados a isto. Se não for através de empréstimos, que seja através de um auxílio emergencial dado diretamente pelo governo”, opinou.
Rodrigo Maia (DEM/RJ), presidente da Câmara dos Deputados, disse que já havia alertado o governo quanto à necessidade de se assumir esse risco e que esse talvez seja o grande papel do parlamento agora. O momento é de garantir o equilíbrio entre as necessidades de saúde, da economia e sociais com a capacidade do Estado brasileiro de assumir essas dívidas. “É muito importante que o governo faça com que os recursos cheguem às empresas. Quando uma delas fecha as portas hoje, sua condição de ser reaberta no futuro não é tão simples”, alertou.
Maia não se mostrou simpático à ideia de reabertura do comércio. “Se não tiver o isolamento, o sistema de saúde como um todo vai colapsar. Teremos 70 mil mortes pelo vírus, mas também 70 mil mortos por outros problemas e que não terão atendimento”, frisou.
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