Varejistas estão mais confiantes, apesar dos desafios do mercado de crédito - Revista Anamaco

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Varejistas estão mais confiantes, apesar dos desafios do mercado de crédito

Texto: Redação Revista Anamaco

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 109,2 pontos em março, o que significa a terceira alta consecutiva (2,2%), descontados os efeitos sazonais.
No entanto, ao considerar a comparação com o mesmo mês do ano anterior, o ciclo negativo iniciado em janeiro de 2023 continuou (-2,7%), só que em desaceleração, representando a menor queda desde o início da tendência e reforçando a melhora da confiança dos varejistas.
A pesquisa indica que o maior destaque para os comerciantes foi a confiança dos empresários em relação às condições atuais da economia, com crescimento de 6,6%, em relação ao mês anterior, levando o subindicador de condições atuais a ser a principal influência da confiança do empresário (+4,6%).
A melhora da confiança do comércio (+3,8%) é corroborada pelo avanço do resultado do comércio varejista ampliado, que acelerou 2,4% em janeiro deste ano e vem demonstrando avanço na taxa acumulada em 12 meses desde metade do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as expectativas favoráveis para os próximos meses.
O subitem Expectativas - Icec também teve incremento no mês (+1,6%) e apresentou a única taxa anual positiva dos subindicadores (+0,6%). O estudo indica que os comerciantes não estão conseguindo aproveitar o mercado de crédito mais favorável para ajustar os orçamentos das empresas, uma vez que a inadimplência destas permanece acima do nível observado no ano anterior, aumentando de 1,8% para 2,6% entre janeiro de 2023 e 2024, mostrando que, além de terem menos empréstimos, os estabelecimentos permanecem com dificuldade de arcar com seus compromissos, mesmo com as taxas de juros mais acessíveis.
Apesar dos indicadores de condições atuais e de expectativas estarem sendo vistos com bons olhos pelos empresários, a dificuldade financeira põe em risco as possibilidades de investimento. O indicador das intenções de investimento teve o menor crescimento (+0,9%). Deve-se ressaltar que os únicos itens com queda mensal fazem parte desse quesito, a avaliação dos estoques (-0,9%) e investimentos na empresa (-0,1%).
Este foi o sexto mês consecutivo com piora na avaliação dos estoques. O percentual dos comerciantes que possuem um estoque adequado diminuiu pelo segundo mês, atingindo 58,6% no último resultado, apesar de continuar sendo a maioria. Enquanto o percentual daqueles que avaliam que possuem um estoque acima do necessário aumentou para 25,2%, o maior nível desde agosto de 2021. E revelando menos vendas do que o esperado, com mais produtos parados nos estabelecimentos.
Com o encarecimento do crédito, o Nível de Investimento das Empresas - ICF também apresentou redução neste mês. Com isso, a parcela dos empresários que pretendem reduzir seus investimentos alcançou o maior percentual desde julho de 2023 (50,7%), passando a representar a maioria das intenções, o que não acontecia desde setembro de 2023.

Foto: Adobe Stock

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