Varejistas mais cuidadosos - Revista Anamaco

Cenário Econômico

Varejistas mais cuidadosos

Texto: Redação Revista Anamaco

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 106,9 pontos em maio, o que representa a primeira queda (-0,2%) após quatro altas consecutivas, descontados os efeitos sazonais.
O maior destaque mensal para os comerciantes foi a confiança em relação às condições atuais da economia, com redução de 2,3%, em comparação a abril, revelando maior cautela dos empresários em relação à economia e seus impactos no comércio. Com isso, o subindicador de condições atuais continuou sendo a principal influência da confiança do empresário (-2,1%).
No mesmo sentido, o indicador referente à confiança nas condições atuais da empresa (97,1 pontos) alcançou o menor nível desde julho de 2021, passando a revelar uma insatisfação dos varejistas com seus negócios, o que não acontecia desde dezembro do ano passado.
Nesse cenário, a pesquisa mostra que o indicador das intenções de investimento teve o maior crescimento mensal (+0,9%). O único item com queda nesse quesito foi a Intenção de investir na empresa - Icec (-0,4%), após quatro meses com alta.
O item de maior evolução nos investimentos foi novamente o referente à intenção de contratação de funcionários (+1,9%). O estudo aponta que a maior parte dos empresários pretende aumentar seu quadro de empregados (63,7%), o maior percentual do ano.
O subitem Expectativas – Icec, por sua vez, teve incremento no mês de 0,2%, o quinto aumento consecutivo, sendo a menor taxa do período, o que mostra a expectativa dos empresários de que os investimentos levem a condições melhores nos próximos meses.
A pesquisa revela, ainda, que a confiança do empresário do comércio recuou em maio em dois dos três grupos de lojas do varejo pesquisados. Nas séries com ajuste sazonal, a confiança do comércio de produtos de primeira necessidade teve a maior retração mensal (-1,6%), seguido pelo de produtos duráveis, que teve queda de 0,6%. Já o grupo de vestuário, tecidos e calçados foi a exceção e avançou 0,9%. A percepção atual da economia foi o item que mais pesou, negativamente, nos três grupos.
O resultado positivo dos bens semiduráveis foi principalmente influenciado pelo crescimento de 4,6% na Intenção de contratação de funcionários - Icec, sendo que, para os outros grupos, houve queda nesse item.
Para os bens duráveis, a expectativa referente a empresa obteve o maior avanço (+1,1%), portanto são os mais otimistas em seus negócios para os próximos meses. Já os comerciantes de bens não duráveis obtiveram destaque positivo na percepção dos estoques (+0,9%), tendo mais cuidado para não terem custos com manutenção de estoque.
Em relação à percepção atual do comércio, a atividade de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi a que apresentou mais confiança, com indicador de 85,7 pontos, apesar do maior recuo mensal.
Já os comerciantes de roupas, calçados, tecidos e acessórios perceberam uma melhora mensal nas condições do setor. Todos os segmentos apresentaram queda de suas expectativas para o setor. Contudo, os empresários de produtos duráveis destacaram-se em virtude de um resultado melhor do que o de maio do ano passado, por causa dos juros mais acessíveis para os consumidores. Os investimentos apresentaram o maior crescimento da pesquisa em maio, com grande influência da intenção de aumento de funcionários. Os varejistas de bens semiduráveis foram os únicos que mostraram incremento mensal nessa expectativa de contratação.
Apesar de os comerciantes de bens não duráveis terem tido queda mensal nesse indicador, continuam apresentando o maior nível (120,8 pontos) e em patamar 4,9% acima do observado em maio do ano passado.

Foto: Adobe Stock

 

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