Venda de cimento aquecida
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), em outubro, as vendas de cimento totalizaram 5,9 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 9,0% em relação ao mesmo mês de 2023. Com isso, o acumulado do ano registrou um total de 54,7 milhões de toneladas vendidas, alta de 4,3% sobre o mesmo período do ano passado.
Ao se analisar o despacho do insumo por dia útil, houve elevação de 2,5% sobre o mesmo mês do ano passado, ou seja, comercialização de 241,7 mil toneladas por dia em outubro.
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, explica que o aquecimento dos mercados de trabalho e imobiliário, em especial do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), são os principais vetores para a manutenção do bom desempenho. O MCMV, sozinho, elevou em 65,9% os lançamentos de residências no Brasil no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023.
Penna observa que, apesar da construção civil estar com demanda aquecida, esse setor sofre com a falta de mão de obra, o que eleva salários, pressiona a inflação e reflete nos preços dos imóveis, que aumentaram mais do que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) nos últimos 12 meses.
Segundo ele, a expectativa é fechar o ano com cerca de 64 milhões de toneladas comercializadas, resultado que deverá recuperar 1,8 milhão das perdas de 2,3 milhões de toneladas entre 2022 e 2023. O consumo de 2024, no entanto, permanece longe do recorde de 2014 de 73 milhões de toneladas. “Os novos aumentos na taxa de juros irão afetar, negativamente, o consumo das famílias e o financiamento habitacional, influenciando na demanda do mercado imobiliário brasileiro, principal indutor do consumo de cimento. Os programas de infraestrutura do PAC, que poderiam ajudar a alavancar a atividade, permanecem com uma performance abaixo do esperado”, lamenta o executivo.
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